O gráfico acima mostra um ranking das principais moedas do mundo, começando pelas mais depreciadas (subvalorizadas) na ponta da espiral e terminando nas mais apreciadas (sobrevalorizadas) no centro da espiral. Nunca foi tarefa fácil descobrir se uma moeda está acima ou abaixo de seu “equilíbrio” e a dificuldade maior está obviamente em definir e calcular esse “equilíbrio”. No mapa acima retirado de um relatório de DB, os três métodos mais usados na literatura sobre o tema são aplicados às principais moedas do mundo para aferir posições fora de equilíbrio; sendo a sobrevalorização uma situação em que a moeda vale “mais do que deveria valer” e a subvalorizacao o inverso. Os três métodos mais usados são i)desvios de PPP que levam em conta a posição do câmbio em relação ao nível da renda per capita, ii)fundamental equilibrium FEER que usa como ancora os conceitos de equilíbrio interno e externo em relação à taxa de câmbio e iii)behavioral equilibrium, que em geral traça conexões entre as variáveis que afetam o câmbio ao longo do tempo (seus fundamentos) e as posições correntes do câmbio observado. São todos métodos muito interessantes e também sujeitos a críticas como sempre; e para complicar muitas vezes os métodos encontram resultados opostos! O resultado conjunto de todos os métodos para 2016 abaixo aparece no belo gráfico abaixo produzido pela equipe de pesquisa do Deutsche Bank

Moedas que existem de verdade: Euro*, a moeda da Alemanha e de seus apêndices de alta produtividade, Suécia e Holanda; Dólar, a moeda dos EUA; Yene, a moeda do Japão.
O resto é “não moeda”. Só economistas totalmente alienados para chamar dinheiro não conversível de moeda.
E o que garante que uma moeda seja conversível? A produtividade de um país. Ou seja, o desenvolvimento científico e tecnológico da produção, a complexidade do que se é produzido, ou seja, a qualidade do que se produz e como se produz.
Alemanha e seus pequenos apêndices, EUA e Japão são os inegáveis vencedores do capitalismo. E suas moedas é que valem de verdade. Quando você pesquisa a produtividade desses países e compara com o restante do mundo, e não só quantidade do que é produzido, mas qualidade, percebe que o abismo é imenso. Intransponível. Nesses três países é a verdadeira mais-valia relativa.
*Antes que falem “aiin, mas o Euro é a moeda da Europa”, eu já digo: o Euro é tanto moeda da Europa quanto o Dólar é a moeda do Equador e de Porto Rico. O Euro nada mais é do que o Marco Alemão em nova roupagem. O restante da Europa não tem condições de segurar uma moeda própria que realmente tenha valor. Talvez a exceção seja a Inglaterra com a Libra. Mas isso por conta de seu mercado financeiro, de Capital Fictício, e não por conta de sua produção material e de serviços, que é praticamente falida. Ou seja, no fundo, a Libra também é um papel véio, para limpar a bunda.
Dinheiro é dívida. E para segurar dívida de dinheiro valorizado é preciso produzir muito valor. Coisa que só com alta produtividade é possível. Por isso países de produtividade gigante não se importam em ter reservas internacionais, porque eles não precisam da mesma para segurarem suas moedas.
Boa!