O gráfico acima mostra a relação entre complexidade do país (ECI no eixo x) e proximidade do sistema produtivo do país em relação a produtos que “geram” baixa desigualdade (eixo Y, quanto maior, mais próximo). Trata-se de metodologia mind blowing (usando redes complexas e técnicas de exploração de Big Data) desenvolvida por Dominik Hartman et al para descobrir os efeitos da estrutura de um país em sua desigualdade de renda. Os produtos softisticados e complexos produzem uma sociedade mais igualitária em termos de distribuição de renda; o oposto se aplica para produtos de baixa sofisticação e complexidade. País que produzem carros, maquinaria de alta precisão, químicos, eletrônicos, são menos desguias do que países extrativistas (soja, café, minério de ferro, cobre, petróleo). Por que?

Aqui a explicação é minha: produtos complexos demandam cadeias produtivas longas e complexas e que por sua vez demandam conhecimento técnico e capital humano; são atividades manufatureiras ou serviços escaláveis que pagam melhores salários em todo processo produtivo. Extrativismos e serviços tradicionais são atividades simples que demanda cargos não sofisticados sem economias de escala que pagam baixos salários. Sem mudar a estrutura produtiva o Brasil nunca conseguirá resolver seu problema de absurda desigualdade na distribuição de renda! A Coréia do Sul e outros países da Ásia do Leste (Taiwan, Malásia, Tailândia, Vietnã? China? Indonésia)) estão conseguindo saltar do mundo da alta desigualdade para o mundo da baixa desigualdade. Paper Dominik Hartman et al aqui: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3312097

Metodologia detalhada aqui:

https://www.paulogala.com.br/a-desigualdade-de-um-pais-diminui-conforme-sua-complexidade-economica-aumenta/

a periferia tem desigualdade bem maior do que o centro: