*escrito com Daniel Bispo e Wilson Andrade
Em vários ramos industriais e comerciais a China tem crescido de forma escandalosa. Agora, ameaça até as maiores campeãs do primeiro mundo na mais complexa sofisticação tecnológica. A empresa aeroespacial estatal chinesa, COMAC, fundada em 2008, já começa a preocupar a centenária estadunidense Boeing e a vanguardista europeia Airbus. A empresa é formada por um consórcio de empresas e controlada pelo governo chinês, contou com a ajuda de 19 grandes fornecedores de componentes europeus e americanos – como General Electric que fornecerá o motor – para construir um avião comercial na tentativa de reduzir a dependência da China pelas aeronaves da americana Boeing e europeia Airbus.
A grande concentração de venda dessas empresas são os grandes jatos, principalmente os de até 200 lugares. A família 737, da Boeing, é a mais vendida da empresa, com mais de 10 mil aeronaves entregues. Na Airbus, a família mais vendida é a A320, que em 2019 completou 9 mil aeronaves entregues. Uma gigante produção complexa que os chineses querem entrar com a COMAC, lançando o jato C919.
O jato chinês vem agressivo, já se notando pelo preço. Cada unidade do C919 custará em torno de 50 milhões de dólares, enquanto a família Airbus A320 tem o preço de 100 milhões de dólares e a família 737 da Boeing tem o preço unitário de 120 milhões de dólares. O C919 é baseado nos rígidos requisitos de segurança e operação ocidentais. Os aviões deverão passar por aproximadamente 729 testes, em solo e em voo, acumulando mais de 4.200 horas no ar. O avião, que tem expectativa para ser entregue em 2021, já conta com incríveis 970 encomendas, a maioria feita por empresas chinesas, que é um dos maiores mercados consumidores de grandes jatos do planeta. As autoridades chinesas afirmam que o foco do C919 será o mercado doméstico chinês. Se a COMAC obtiver pelo menos ⅓ do mercado doméstico chinês, deverá garantir mais 3000 encomendas nos próximos anos. Caso a China opte por mercados de países subdesenvolvidos, a COMAC também apresenta crédito mais flexível concedido por Pequim a países sem acesso aos bancos europeus e estadunidenses.
A empresa estatal aeroespacial, a China Commercial Aircraft – Comac – foi fundada em 2008, na cidade de Xangai pelo órgão governamental, Asset Supervision and Administration Commission. Com investimento inicial de U$S 2,7 bilhões do governo chinês, o governo central é o principal acionista, juntamente, com o governo de Xangai. O ambicioso projeto pessoal de Xi Jinping quer enfrentar o duopólio da aviação mundial: Airbus e Boeing. A Comac quer se aproveitar dos problemas enfrentado pela Boeing em seu avião – 737 Max 8 – visto que muitas companhias aéreas estão preocupadas com os acidentes ocorridos com a aeronave da empresa norte-americana.
O primeiro voo de sucesso do C919 ocorreu em 2017, e desde então, a Comac já recebeu 28 pedidos de compradores chineses para a fabricação de 815 aeronaves. As autoridades chinesas estão buscando acordo para aeronavegabilidade do C919 com a Europa e EUA, e assim, a Comac poderá vender seu avião fora da China. O governo chinês quer aproveitar A Rota da Seda e colocar o avião para sobrevoar o Sudeste Asiático e a África. O mercado chinês precisará de mais de 10 mil aeronaves novas até 2038, para apoiar o rápido crescimento do tráfego aéreo doméstico. A China já é o terceiro país em número de aeronaves, atrás apenas de EUA e da União Europeia. A demanda do mercado chinês corresponde por 21% de toda projeção global.
Além do C919, a China já comercializa ARJ 21. E em breve o CR929 que vai atender o mercado de aeronaves entre 250 e 330 passageiros. As 10.344 projetadas para o mercado chinês até 2038, vai injetar na economia chinesa o montante de U$S 1,42 trilhão. O C919 integra e é um dos expoentes do plano governamental “Made in China 2025”, que tem por objetivo produzir bens de alta tecnologia e transformar a indústria chinesa no que chamam de Indústria 4.0, nos ramos de medicamentos, robôs, equipamentos aeroespaciais, carros elétricos etc.
Antiga joint venture da Comac com Embraer:
https://economia.ig.com.br/conheca-o-projeto-chines-que-motivou-a-saida-da-embraer/n1237794566185.html
https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/comac-arj-21-realiza-seu-primeiro-voo-comercial_2691.html
Embraer encerra produção de aviões na China
https://www.bloomberg.com/quicktake/china-s-jet-challenge



https://pt.m.wikipedia.org/wiki/China_Commercial_Aircraft
https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2019/05/05/comac-a-fabricante-chinesa-de-avioes-que-quer-competir-com-as-gigantes-airbus-e-boeing.htm https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/aviao-comercial-chines-avanca-no-processo-de-certificacao-e-promete-rivalizar-com-airbus-e-boeing_4485.htmlhttps://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2019/05/05/comac-a-fabricante-chinesa-de-avioes-que-quer-competir-com-as-gigantes-airbus-e-boeing.htm
Piratearam a embraer nas barbas do governo brasileiro e dos BRICS…