*escrito por Uallace Moreira para o BLOG
Uma economia que não aprende. A destruição do Setor de Refino no Brasil: uma decisão deliberada do país ser periférico e subordinada. Foram colocadas à venda, conforme acordo com o CADE, por iniciativa e proposição da própria PETROBRAS, nove unidades industriais da Companhia. É a primeira vez, na história do petróleo, que uma empresa, espontaneamente, propõe abrir mão de seus ativos dessa maneira. Nesse primeiro slide, temos a localização das refinarias brasileiras, espalhadas pelo país, em vários Estados. Vejam que a capacidade total instalada é de 2.334.600 BPD (Barris de Petróleo por Dia)
Vejam que a carga processada das refinarias, o Petróleo Nacional e o volume de derivados tem apresentado uma queda considerável pós 2015. O aumento de carga é importante para a rentabilidade da Petrobras, pois representa um crescimento no faturamento da refinaria.
Um ponto de extrema relevância: nosso refino, atualmente, tem custos bem abaixo da média mundial, principalmente nas grandes e médias refinarias. Poderia ter valores ainda menores, caso a carga processada fosse maior.
Vejam que depois de 2015, a capacidade máxima de refino, a produção de derivados apresentou queda, enquanto o volume de importações de derivados tem aumentado. Ou seja, destruímos nossa capacidade nacional para importar esses produtos.
Agora vejam as considerações do Elie Abadie.
Das refinarias colocadas à venda, especialmente cinco (REFAP, REPAR, REGAP, RLAM e RNEST), são de médio/grande porte. Como as refinarias serão vendidas em conjunto com os terminais e dutos que as conectam, dificilmente poderá haver concorrência nas áreas de influência de cada unidade.
Dificilmente as refinarias serão vendidas por valores superiores a 3,0 Bilhões US$, ou seja, além da venda a baixos valores, os terminais e dutos entrarão como “brindes”. Não se está vendendo apenas as refinarias, vende-se, também, o MERCADO.
Presente para empresas internacionais: Comprar uma refinaria amortizada, depreciada e operando, gera lucro imediato. Com preços de aquisição baixos e com os terminais de “cortesia”, as vantagens aumentam muito. O tempo de retorno do investimento fica bem baixo e a atratividade passa a ser bem alta.
Vendemos produtos abaixo dos preços internacionais e isso foi saudável para a sociedade e para o Brasil. A Companhia absorvia essa diferença, mas não faltaram recursos para seus investimentos.
A venda das refinarias contribuirá para redução da vantagem competitiva que a PETROBRAS tem em relação aos seus concorrentes multinacionais, enfraquecendo a Companhia. Ou seja, estamos entregando, deliberadamente, nossa capacidade produtiva para empresas internacionais. Uma síntese da apresentação do Elie Abadie sobre a destruição do setor de refino no Brasil. Elie Abadie é Consultor Sênior; Engenheiro de Processamento Master; Pertenceu à equipe do R.H. – UNIVERS.PETROBRAS Escola de Refino e Gás Natural / Área Geopolítica e Refino.
A exposição acima, admitindo-se como verdadeiros os fatos relatados, denunciaria um verdadeiro crime de lesa a pátria.
Tudo o que tem sido dito pela Petrobrás, via imprensa e comunicados, desde a época de Pedro Parente, é que a empresa foi usada para outros propósitos, endividando-se muito acima do razoável, e que precisava de um grande realinhamento estratégico, visando sua sobrevivência e recuperação, sendo fundamental para isto concentrar-se nos negócios rentáveis e no core business, alienando e saindo de outras operações menos rentáveis para fazer caixa e reduzir o endividamento a um ponto adequado, recuperando sua rentabilidade.
A queda do preço das ações na época Dilma teriam sido a sinalização clara do mercado quanto ao desastre administrativo do negócio, e a posterior valorização das ações o sinal de aprovação do mercado às mudanças.
Quem está com a razão? Essa discussão precisa ver à tona!