A Guerra dos Mascates foi um conflito histórico que ocorreu no Brasil durante o século XVIII, mais especificamente entre 1709 e 1710. Esse conflito envolveu as cidades de Recife e Olinda, localizadas no estado de Pernambuco. Na época, Recife era uma cidade em crescimento, impulsionada pelo comércio do açúcar e pelo desenvolvimento de atividades econômicas mais urbanas. Por outro lado, Olinda era uma cidade tradicional, com raízes coloniais e agrícolas mais antigas ligada a engenhos de açúcar e uma elite dominante estabelecida. A guerra foi resultado de uma disputa política e econômica entre os comerciantes enriquecidos de Recife, conhecidos como “mascates”, e a elite aristocrática de Olinda. Os mascates eram em sua maioria portugueses que haviam enriquecido com o comércio e buscavam maior participação no governo local. A elite de Olinda, que detinha o poder político e social na região, via os mascates como uma ameaça aos seus privilégios e tentava restringir seu poder. Houve uma série de conflitos políticos e sociais entre as duas cidades, culminando na Guerra dos Mascates.
Durante o conflito, houve batalhas e combates entre as forças de Recife e Olinda. No entanto, as tropas de Recife, apoiadas por comerciantes locais e por grupos populares descontentes com a elite de Olinda, acabaram prevalecendo. A guerra terminou com a vitória dos mascates, que conseguiram assumir o controle político da região. Como resultado, Recife se tornou a cidade mais importante de Pernambuco, consolidando seu crescimento econômico e se tornando um importante centro comercial. Apesar das tensões entre as duas cidades, hoje Recife e Olinda são cidades vizinhas e mantêm uma relação amistosa. A Guerra dos Mascates representa um episódio importante da história de Pernambuco, destacando os conflitos de interesses entre diferentes grupos sociais e econômicos durante o período colonial no Brasil.