A história da Ford Motor Company e seu relacionamento com auxílios, benefícios, subsídios e planos de salvamento do governo americano é extensa e complexa. A empresa foi fundada por Henry Ford em 1903 e tornou-se uma das principais montadoras de automóveis do mundo. Durante o início do século XX, a Ford não recebeu diretamente benefícios ou subsídios do governo dos Estados Unidos, mas se beneficiou indiretamente de políticas econômicas que impulsionaram o crescimento do setor automobilístico, como a expansão das estradas e o desenvolvimento de infraestrutura. O Modelo T, lançado em 1908, tornou-se um marco na indústria automobilística, impulsionando a produção em massa e tornando os carros mais acessíveis ao público em geral. No entanto, em momentos de crise econômica, a Ford recorreu a planos de salvamento. Durante a Grande Depressão dos anos 1930, o governo dos EUA implementou o New Deal, um conjunto de programas e políticas destinadas a combater a crise econômica. Um dos programas do New Deal foi a Corporação de Crédito Reconstrução (RFC), criada em 1932. A RFC forneceu empréstimos e assistência financeira a empresas em dificuldades, incluindo a Ford Motor Company.
Após a Segunda Guerra Mundial, a indústria automobilística dos EUA prosperou e a Ford continuou a ser uma das principais montadoras do país. Durante a década de 1970, porém, a empresa enfrentou desafios significativos devido à crise do petróleo e à concorrência crescente de montadoras estrangeiras. Em 1979, a Ford solicitou ao governo dos EUA um empréstimo de emergência para ajudar a evitar a falência. O Congresso dos EUA aprovou o empréstimo de US$ 1,5 bilhão, permitindo que a Ford evitasse a bancarrota. Outro episódio notável ocorreu durante a crise financeira de 2008, quando a indústria automobilística dos EUA enfrentou uma grave crise. A Ford, juntamente com a General Motors e a Chrysler, enfrentou dificuldades financeiras significativas. Em dezembro de 2008, o então presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou um plano de resgate de US$ 17,4 bilhões para a indústria automobilística, conhecido como “resgate do setor automobilístico”. A Ford solicitou uma linha de crédito de US$ 9 bilhões, mas acabou não precisando usá-la. Ao contrário da General Motors e da Chrysler, a Ford não entrou em falência durante a crise financeira, e seus executivos afirmaram que a empresa conseguiu evitar a falência devido a uma reestruturação financeira anterior e ao foco em veículos mais eficientes. Esse fato também contribuiu para que a Ford não fosse obrigada a se submeter a certas restrições impostas pelo governo aos fabricantes de automóveis que receberam auxílio financeiro.
Em 2011, a Ford anunciou planos ambiciosos de eletrificação, incluindo o lançamento de mais veículos elétricos e híbridos. Nessa época, a empresa recebeu incentivos fiscais e subsídios do governo para apoiar seus esforços de eletrificação. Esses incentivos incluíam créditos fiscais para compradores de veículos elétricos e programas de apoio financeiro para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias verdes. A Ford continuou a investir em veículos elétricos e híbridos nos anos seguintes, lançando modelos como o Ford C-Max EnergY e o Ford Fusion Energy. No entanto, apesar dos esforços da empresa, suas vendas de veículos elétricos ainda não alcançavam os números de montadoras concorrentes, como a Tesla, que se tornou uma líder no mercado de veículos elétricos. Em 2020, a Ford anunciou o lançamento do Ford Mustang Mach-E, um SUV elétrico inspirado no icônico modelo Mustang. Este veículo representa um marco importante para a Ford, pois marca seu retorno ao segmento de veículos elétricos com um modelo altamente antecipado.
Em relação aos subsídios do governo, é importante notar que muitos fabricantes de veículos elétricos têm sido elegíveis para créditos fiscais e outros incentivos destinados a promover a adoção de tecnologias limpas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Esses incentivos variam de acordo com a legislação em cada país ou estado e podem incluir créditos fiscais para compradores de veículos elétricos, subsídios para pesquisa e desenvolvimento, e benefícios fiscais para fabricantes que investem em tecnologias verdes. Em suma, a Ford Motor Company ao longo de sua história enfrentou desafios e períodos de crise em que recorreu a auxílios, benefícios, subsídios e planos de salvamento do governo americano para superar dificuldades financeiras e manter suas operações. Esses episódios refletem a complexa relação entre a indústria automobilística e o governo dos Estados Unidos, especialmente em momentos de crise econômica e desafios no setor.