Em recente trabalho Veloso et al (2017) mostram interessantes contas para produtividades de 35 sub-setores em 39 países a partir das bases WIOD (http://www.wiod.org/release16 ), SEA (http://www.wiod.org/database/seas16). A metodologia básica do estudo consiste em calcular a produtividade do trabalho em cada país medindo o valor adicionado por sub-setor dividido por número de ocupados em cada sub-setor (com devidos ajustes para diferencas de preços PPP, etc…). A indústria aparece na frente como setor mais produtivo de todas as economias da amostra, seguida de serviços e por último agropecuária. Dentro dos serviços fazem uma subdivisão entre serviços modernos (mais produtivos) e tradicionais (menos produtivos). A produtividade total dos fatores também depende da composição setorial do emprego e da produção! O paper entra pouco em discussões teóricas, com destaque para o trabalho de W. Baumol dos anos 60 e D. Rodrik mais recentemente. As novas bases de dados de matrizes insumo produto e emprego para varios países finalmente nos permitem ver o que economistas desde Antônio Serra em Nápoles dos 1600 diziam: a indústria é o setor mais produtivo de qualquer economia! Finalmente!
No Brasil todos setores são menos produtivos do que a média dos países ricos: agricultura familiar e de subsistência com baixíssima produtividade, serviços tradicionais em favelas infindáveis e indústrias low tech, as poucas que sobraram! Por exemplo, não é simplesmente que os EUA fazem as mesmas coisas que nós de forma mais produtiva. Eles fazem produtos diferentes, mais complexos, e que por isso são intrinsecamente mais produtivos do que os nossos. Acabam também, via spillovers tecnológicos, alavancando a produtividade de outros setores.
Trabalho Veloso (2018) aqui:
http://www.fgv.br/professor/epge/ferreira/ProdutividadeSetorialFinal.pdf
Trabalho que escrevi sobre o tema:
https://www.sciencedirect.com/journal/structural-change-and-economic-dynamics/vol/45/suppl/C







5 thoughts on “A indústria é mais produtiva do que os serviços: finalmente todos concordam! (menos a The Economist)”