A indústria high tech demanda serviços sofisticados: o caso da FPT (ex-Fiat)

*escrito com Fausto Oliveira da revolucao industrial brasileira

Da Itália vem um exemplo bem interessante. A FPT (Fiat PowerTrain, de motores) chamou o Instituto Europeu de Design para uma cooperação. A ideia era agregar design aos motores, mas não só por estética: principalmente por função.  Os estudantes se dividiram em quatro equipes: Cores, Texturas, Formas e Rótulos. Os designers de cores usaram tintas sensíveis a calor para permitir avaliações visuais da temperatura interna de certas partes do motor. A equipe de texturas trabalhou com a usinagem para formatar padrões texturizados em partes dos motores, criando códigos de identificação e reforçando a identidade de peças originais.  A equipe de formas trabalhou numa perspectiva de marketing, criando versões artísticas dos motores para exibição em feiras industriais, o que destaca a FPT diante dos concorrentes.  Já os estudantes da equipe de rótulos criaram um rótulo de plástico reciclado com descrições do motor e espaço para apresentação de conteúdo multimídia. A integração de conhecimentos técnicos, artísticos e funcionais agrega valor ao produto e diferenciação à marca. O produto caro e sofisticado naturalmente vai buscar no serviço de alta inteligência sua diferenciação. Sem o produto, o serviço é menos demandado.

A Fiat Powertrain Technologies era uma empresa que fazia parte do grupo Fiat. Em 2011, a empresa foi separada em duas unidades: a Fiat Powertrain e a FPT industrial. A Fiat Powertrain passou a desenvolver, produzir e comercializar motores para veículos de passeio e comerciais leves. A FPT Industrial responde pelo desenvolvimento, fabricação e venda de sistemas de propulsão para veículos comerciais e aplicações marítimas e de geração de energia.

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