A indústria nacional resiste: o caso da empresa Mondial e a importância do câmbio de competitivo

*escrito com Gabriel Cassiano

A empresa brasileira de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e eletroportáteis Mondial comprou a sede da japonesa Sony em Manaus e passará a produzir Televisões (SmartTVs, 4K e Full HD), aumentando seu portfólio produtivo que hoje reside na produção de ventiladores, torradeiras, secadores de cabelo, batedeiras e liquidificadores, Dvds, caixas de som entre outros. Porvavelmente os componentes highntech serão importados. Ainda assim o movimento representa um sopro de esperança para todos aqueles que compreendem que a reindustrialização do país é fundamental para garantia de nossa soberania nacional, para geração de empregos com melhores remunerações e, é claro, para agregação de valor em nossa cadeia produtiva e desenvolvimento tecnológico.  Agora, como é possível uma empresa nacional, com todas as dificuldades de infraestrutura, custo Brasil, sistema tributário lograr êxito em um cenário tão calamitoso? Nos diz sócio-fundador da empresa, Giovanni Marins Cardoso em uma matéria do jornal Estado de São Paulo: “O novo patamar do câmbio, cotado acima de R$ 5, acelerou ainda mais os planos de Mondial, fabricante de eletroportáteis, de nacionalizar a produção. No mês passado, a empresa anunciou que iria fabricar no País batedeiras, ventiladores de grande porte usados em comércios e igrejas, caixas de som e cooktops. Agora acrescentou à lista mais quatro produtos: ferro elétrico tradicional, ferro a vapor e dois modelos de fritadeira elétrica. “Com o dólar se consolidando acima de R$ 5, entrou no nosso radar a fabricação local de mais produtos … Estratégias que estavam definidas para acontecerem nos próximos anos serão antecipadas, tanto no incremento de produção das linhas atuais, como na entrada nos novos segmentos de produtos. Faremos três anos em seis meses”.

Como o próprio co-fundador da empresa vem argumentando desde maio, o dólar acima dos R$5,00 estimula e torna competitivos os produtos nacionais, tanto no mercado interno, como na disputa do comércio internacional. Porque isso acontece? Simples. Com o câmbio apreciado ou valorizado, ou seja 1 dólar valendo aproximadamente entre 1 e 2 reais, os produtos de multinacionais estrangeiras, mesmo com algumas barreiras alfandegárias, que como já disse vem sendo desmontadas cada vez mais pelo Ministério da Economia, torna-se mais vantajoso para o consumidor optar pelo produto de outra nação, pois mesmo pagando um pouco mais caro, ele terá a garantia de maior qualidade e desenvolvimento tecnológico, o que, na cabeça de quem está comprando o produto, torna-se um ativo pelo custo benefício e pela certeza da confiabilidade e duração do manufaturado. Com o câmbio apreciado, o custo para as empresas nacionais produzirem dentro da complexa “cadeia mundial de valor”, encarece muito, além da já citada concorrência desleal em termos de comparação tecnológica e subsídios que países que são potências capitalistas dão sem pestanejar para empresas que consideram estratégicas.

1 thought on “A indústria nacional resiste: o caso da empresa Mondial e a importância do câmbio de competitivo”

  1. Mas os produtos dessa Mondial são muito ruins. Comprei um mixer dessa marca, modelo Versatile Black, que parou de funcionar no segundo dia, mandei consertar na autorizada e funcionou só uma semana e deu pane de novo. Fabricado pela M.K. Mondial na China.

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