A longa estagnação do Brasil

Neste ano, o Brasil irá emitir R$ 1 trilhão para tapar o buraco das contas públicas. Teremos inflação? Não. Nosso mercado de trabalho esta muito fraco, nossas empresas estão com enormes dificuldades e único risco inflacionário hoje seria um câmbio acima de R$ 6, o que não parece estar no horizonte. A dívida pública vai a 100% do PIB. O governo quebrou? Não. A dívida emitida neste ano será maior do que todo o gasto economizado com a reforma da Previdência. Tivemos inflação? Não. As empresas e famílias quebram pois a atividade econômica desapareceu. Não há como ganhar salários, não há como vender, não há como lucrar. O governo não arrecada impostos. Não existe nada mais mortal para uma economia do que a ausência de atividade econômica. Nessa situação, os agentes privados ficam ainda mais temerosos e param de gastar. O empresário não investe, a família não gasta, a atividade econômica afunda em um círculo vicioso. O mundo todo entendeu ou relembrou isso depois de 2008 e agora com a pandemia da Covid-19. A China continua fazendo o que sempre fez. Para salvar o setor privado em uma situacao como esta, o o setor público e~ o unico capaz de tomar “risco contra ciclico”. Banco privados não emprestam na crise, bancos públicos, sim. Existe um problema na depressão de coordenação das ações do setor privado. Em 2021 teremos crescimento de, no máximo, 3%. Em 2020 o nosso PIB deverá cair 8% e chegaremos ao início de 2022 com um PIB abaixo em 10% em relação ao de 2014. Enquanto houver demanda por títulos públicos, haverá espaço para aumentar gastos do governo. E por que os poupadores financiam um governo “gastão”? Porque não têm alternativa. Na crise,  os que podem poupam mais. Onde guardam sua riqueza, em títulos privados? Existe um enorme de temor em se comprar títulos privados em uma situação de empresas à beira do colapso. Nossos quase 20% de poupanca agregada , mais de R$ 1 trilhao por ano, vao para os títulos públicos. Teremos taxa Selic a 2% e não havera inflacao. Nesse regime, o BC é obrigado a cortar juros se houver inflaao baixa. O juro longo que continua na casa 7% indica um brutal choque de juros no futuro e representa nesse cenario otima opcao de investimento. Se nossa taxa de câmbio ficar mesmo na casa dos R$ 5,50 os juros longos devem voltar para a casa dos 6%.

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