Vale a pena ler o relatório da Economist Intelligence Unit (http://www.eiu.com/public/) sobre a situação no mercado imobiliário chinês. Não há, segundo a análise deles, bolha imobiliária na China. A demanda por residências por lá cresce numa taxa tão impressionante que qualquer correção de preços no curto prazo seria passageira. Os números de oferta de prédios impressionam mesmo assim. Nos últimos dez anos o estoque de casas construído corresponde ao dobro do que existe hoje na Espanha ou UK. No atual ritmo dá para construir uma cidade como Roma em duas semanas. Uma grande diferença entre EUA e Japão, que passaram por estouros espetaculares é que na China a população urbana ainda aumenta muito e o crescimento econômico é pujante.
Esse crescimento exuberante se deu principalmente a partir do final dos anos 90 quando houve a liberalização do setor com o final da propriedade pública e início da livre negociação entre agentes privados. Hoje a China já tem o maior estoque de residências do mundo. Em 15 anos o país construiu o equivalente ao estoque total de casas existente na Europa (primeiro gráfico). O segundo gráfico mostra uma correlação entre espaço residencial per capita e nível de renda per capita. Países acima da reta estão “overhoused” e abaixo “underhoused”. Os EUA são um típico caso de país com casas em excesso para seu nível de renda per capita. A China está acima da reta é verdade. Mas conforme sua renda per capita aumenta, a demanda por casas cresce mais e mais. Uma bolha só é descoberta depois do estouro. Já li boas análises dizendo que há sim bolha por lá. Outras dizendo que não. A revista The Economist, que previu o estouro da bolha imobiliária americana em matéria de capa de 2005, diz que por enquanto está tudo mais ou menos bem.
