As prioridades do Estado chinês para ajudar a inciativa privada: made in China 2025

*escrito com Wilson Andrade

Made in China 2025 é um plano estratégico da República Popular da China feito pelo primeiro-ministro Li Keqiang e seu gabinete em maio de 2015. Com isso, a China pretende deixar de ser a “fábrica mundial” (produzindo produtos baratos e de baixa qualidade devido a custos mais baixos de mão-de-obra) e passar a produzir produtos e serviços de maior valor. É essencialmente um plano para atualizar os recursos de fabricação das indústrias chinesas em uma potência mais intensiva em tecnologia. O plano concentra-se em campos de alta tecnologia, incluindo a indústria farmacêutica, a indústria automotiva, aeroespacial, semicondutores, TI e robótica etc., que atualmente são da competência de empresas estrangeiras. Uma tentativa de atualizar de forma abrangente a indústria chinesa”, inspirada diretamente na Indústria Alemã 4.0. É uma tentativa de mover a manufatura do país para cima na cadeia de valor e se tornar uma grande potência industrial em concorrência direta com os Estados Unidos. O governo chinês está comprometido em investir cerca de US $ 300 bilhões para alcançar esse plano. A China enfrenta muitas questões internas, como economia em desaceleração, salários mais altos, custos crescentes de uma população em envelhecimento, força de trabalho em queda, desigualdade de riqueza, um sistema de bem-estar social subdesenvolvido e degradação ambiental. A China agora também está competindo no espaço de fabricação de países recém-industrializados como o Vietnã e países altamente industrializados. Para manter o crescimento econômico, os padrões de vida e atender à demanda de sua força de trabalho cada vez mais instruída, é necessário estimular o potencial de sua competitividade econômica e tecnológica. Padrões tecnológicos mais avançados nas indústrias são essenciais para promover a inovação e eliminar gargalos no desenvolvimento industrial. A China tem uma classe média crescente que exige produtos e serviços de maior qualidade.

São dez os setores definidos como prioritários no Made in China 2025. Os setores estratégicos para os chineses incluem: i) equipamento marítimo avançado e embarcações de alta tecnologia, ii) ferrovia e equipamento avançado, iii) maquinaria e tecnologia agrícola, iv) equipamentos aeronáuticos e aeroespaciais v) produtos biofarmacêuticos e equipamentos médicos de ponta, vi) circuitos integrados e novas tecnologias de informação, vii) tecnologia e equipamentos de geração de energia elétrica, viii) máquinas de controle de produção de alta gama e robótica ix) veículos de baixa e nova energia, x) materiais novos e avançados. A programa representa um incentivo à inovação autóctone, especialmente em setores-chave. A execução da iniciativa Made in China 2025 está sendo liderada pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, com foco na promoção do uso de produção integrada e digital, especialmente em tecnologia de manufatura inteligente; o fortalecimento da base da indústria chinesa, concentrando-se nos “quatro básicos” (componentes básicos, tecnologias básicas de processamento, materiais básicos e serviços industriais básicos); a aplicação de métodos “verde” de produção, a melhora dos serviços destinados ao setor industrial e a internacionalização das empresas industriais chinesas. O lançamento do programa Made in China 2025 e’ um resposta do governo à perda potencial de competitividade da indústria chinesa, dado que o país enfrenta concorrência crescente tanto de países em desenvolvimento, com custos de mão de obra igualmente competitivos, como de países desenvolvidos, que se beneficiam de ganhos de eficiência baseados em tecnologias inovadoras. 

Empresas destacadas como lideres:

•          Baidu (AI, autonomous vehicles)

•          Alibaba (e-commerce)

•          Tencent (e-commerce)

•          Megvii (AI)

•          DJI (AI, drones)

•          BAIC (new energy vehicles)

•          Geely (new energy vehicles)

•          BYD (new energy vehicles)

•          Huawei (semiconductors, telecommunications and consumer electronics)

•          BBK Electronics (consumer electronics)

•          Xiaomi (consumer electronics)

•          Aviation Industry Corporation of China (aerospace)

•          CRRC (rail)

•          Sinopharm (medicine)

*fonte:

https://iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_827.html?fbclid=IwAR27RIHq4f4-GQkakWMxLhLMiNuihCDNFHslPBQ2kaYQ0GHqxkEzZdjq0Vw

2 thoughts on “As prioridades do Estado chinês para ajudar a inciativa privada: made in China 2025”

  1. Esse plano do Estado de induzir a economia não fere o princípio do capitalismo de livre mercado? Não desequilibra a concorrência com empresas que atam sem o guarda-chuva estatal?

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