O IPCA-15 foi divulgado hoje com uma variação de 0,35% no mês de setembro, ficando ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, que eram de 0,37%. O índice acelerou em relação aos 0,28% registrados no mês anterior. Um destaque importante ficou por conta do aumento nos preços da gasolina. No entanto, ao analisar a abertura do índice, há notícias positivas a se considerar. A média dos núcleos de inflação apresentou queda e o setor de serviços também mostrou resultados favoráveis. Olhando para uma perspectiva de doze meses, o IPCA acumula uma alta de 5%, o que está consideravelmente acima da meta de inflação. Apesar de termos um cenário benigno a curto prazo, quando observamos o comportamento do índice ao longo de um período mais longo, a inflação ainda está distante de convergir para a meta estabelecida. Saiu hoje também a ata do COPOM que não trouxe grandes novidades. Isso praticamente confirma a ideia de uma redução da taxa Selic de 0,50% nas próximas duas reuniões, o que totalizaria um aumento de mais 1 ponto percentual até o final do ano. A ata também atualiza o cenário externo, que está enfrentando desafios, com o rendimento dos títulos de dez anos dos Estados Unidos ultrapassando 4,50%. Isso se deve a uma série de fatores, incluindo preocupações com um possível impasse no governo dos EUA em relação ao orçamento americano e novo shutdown de serviços públicos; redução de compras de treasuries pelos asiáticos, especialmente o Banco Central Chinês; enxugamento do balanço do FED que está reduzindo a compra de títulos longos e grande déficit público nos EUA que deve superar os 7,5% do PIB. Esse cenário de alta nos juros de longo prazo tem causado estresse nos mercados financeiros globais, afetando bolsa, câmbio de juros no Brasil. A medida de risco do Brasil está em alta nos últimos dias e há preocupações em relação à situação fiscal do país no próximo ano. O mercado financeiro está passando por um período de maior volatilidade devido ao aumento nas taxas de juros de longo prazo em vários países, incluindo os Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Japão. Esse cenário tem impactado os mercados globais e o Brasil não está imune a essas pressões.
