Belarus, a mais complexa das ex-repúblicas soviéticas

*escrito com Felipe Augusto

O setor de produção da indústria de caminhões tem uma história importante no desenvolvimento dos países, na antiga união soviética vimos como foi relevante na participação da estratégia de defesa em alguns países da região. Antiga potência industrial durante o período soviético, cujos tratores chegaram a ser estampados em cédulas vietnamitas, a fechada Bielorrússia tenta se adaptar aos novos tempos. A transição pós-URSS, bem menos traumática do que a dos vizinhos, pode ter ajudado a preservar o seu conhecimento produtivo Mas o crescimento econômico perdeu fôlego recentemente, e a enorme dependência da Rússia parece determinar o seu destino. 

Entre 1995 e 2018, a indústria bielorrussa foi a 7ª que mais cresceu no mundo per capita A indústria automobilística, particularmente, foi um dos principais legados soviéticos. No final dos anos 2000, estima-se que esse setor ainda representava sozinho 22% da indústria. 

Dentro dela, destacam-se os tratores de (enorme) porte. Já foram exportados para 62 países. Eram tão reconhecidos que chegaram a ser desenhados em cédula vietnamita (acima). Suas fábricas viraram até destino turístico ft.com/content/c98c3b A fragilidade é a dependência da Rússia. Em 1995, a Rússia nem aparecia mais entre os principais destinos das exportações. Em 2018, representava mais da metade Em outro setor, as exportações de produtos derivados do petróleo cru subsidiado pela Rússia cresceram significativamente até o início da última década,

E esse pode ser um dos problemas. Segundo a Bloomberg, depois da crise financeira, subsídios russos para energia teriam caído de 20% do PIB para 5% a 10%. Suas refinarias pagavam 50% do preço mundial, agora pagam 80% e em 2025 pagarão preço equivalente. O crescimento econômico já foi significativamente menor na última década. O país estava alcançando a renda de seus vizinhos do leste europeu e aumentando a diferença sobre Ucrânia, Geórgia e Moldávia. Com exceção da Ucrânia, em Guerra Civil, o país perdeu terreno para os demais

Matéria da Bloomberg:

Call it the Belarus exception. Almost 28 years since the collapse of the Soviet Union, this deeply cautious nation of 9.5 million—rolled over through the centuries by Moscow’s wars with other parts of Europe—has kept alive many of the industrial jobs and social ecosystems that centrally planned factory budgets once supported across the bloc. In the West, Belarus is probably best known as “Europe’s last dictatorship.” Less recognized is that its transition from command to semi-market economy, delivered at the speed of a mud-bound tractor, has by some economic measures made this a better place to live than any other former Soviet republic, barring the three Baltic States that joined the European Union. Belarus scores better on inequality than any EU nation (including the likes of Denmark), and has a smaller percentage of people living on less than $5.50 per day, a World Bank measure of poverty, than any other part of what was once the Soviet Union, half of the EU’s 28 member states, or the U.S.

For example, MTZ exports more than 90% of the 32,000 tractors it makes every year, with Russia—by far the largest market—buying about a third of them. Belarus’s other big machinery plants are at least as dependent. A quarter of exports to Europe, meanwhile, are petroleum products, dependent on discounted crude coming from Moscow. “Russia could shut them all down within months; the economy would collapse,” says Kashin.

https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-11-27/belarus-s-soviet-economy-has-worked-better-than-you-think

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