A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) renovou sua máxima do ano, atingindo 122.500 pontos após subir 0,45% ontem. Esse é o maior patamar desde agosto de 2021. Ontem pela manhã, a bolsa estava em queda, mesmo após a notícia da melhoria da nota do Brasil pela FITCH para BB. No entanto, no meio da tarde, após a decisão do Fed de aumentar os juros para 5,5%, a Bolsa reverteu a tendência e registrou alta de 0,45%. Os DIs também caíram e o real se valorizou, sendo cotado a 4,72. Esse é um movimento de rali de ativos brasileiros, mas o dólar também perdeu força no mercado internacional após a decisão do Fed. O grande evento do dia foi a decisão do BC americano de aumentar os juros em 0,25%, conforme esperado, elevando a taxa para 5,5%. O mercado está interpretando essa alta como possivelmente a última, já que o comunicado não sinalizou explicitamente mais aumentos no futuro. A leitura é que o Fed está adotando uma postura mais “dovish”, ou seja, mesmo com a alta dos juros, não parece estar inclinado a aumentá-los ainda mais no futuro, especialmente considerando os comentários sobre a recessão. Anteriormente, o Fed falava que uma recessão seria necessária para controlar a inflação, mas agora estão mudando o tom e dizendo que não veem mais a recessão como uma possibilidade. Essa mudança de postura é vista como positiva para o mercado, impulsionando as bolsas americanas e emergentes, além de fortalecer as moedas emergentes, como o real. Além disso, também tivemos a notícia do BCE (Banco Central Europeu) aumentando os juros em 0,25%, para 3,75%, o que era esperado. A Europa parece estar próxima do final de seu ciclo de alta de juros, enquanto os países emergentes, incluindo o Brasil, estão com cortes de juros no radar. Os indicadores de inflação no Brasil têm sido favoráveis, com o IPCA-15 de julho apresentando deflação de 0,07%; o IPP do IBGE mostrou forte queda em junho, com deflação de 2,72%. Embora isso seja bom para controlar a inflação, a queda de preços tem afetado o setor industrial brasileiro. Em resumo, o cenário atual é bastante propício para ativos de risco. As bolsas estão em alta, o real está se valorizando, e os juros têm espaço para cair no Brasil. O rali brasileiro está se concretizando e há perspectivas de mais ganhos no futuro.
