Breve história da Ciência Econômica

Adam Smith ganhou a fama de pai da economia por conta do livro “A riqueza das nações” publicado em 1776. Tá certo que o livro é maravilhoso! Mas muito antes disso os gregos já haviam escrito sobre o tema (http://www.cartaforense.com.br/conteudo/colunas/xenofonte—licoes-de-economia-com-socrates—parte-i/8355), os árabes, com destaque para Ibn Khaldum (https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ibne_Caldune). Os italianos produziram grandes economistas também, sendo talvez o precursor mais importante Antônio Serra. Para falar um pouco dessas questões gravei esse vídeo falando da breve história da Economia

Antonio Serra explica a riqueza de Veneza e pobreza de Nápoles nos 1600

A benevolência do padeiro e a contradição básica de Adam Smith: quando o mercado não resolve?

 

2 thoughts on “Breve história da Ciência Econômica”

  1. Sabe Paulo, mexo com Ciência há muito tempo. Aprendi na Física a segunda lei de Newton, conhecida como Causa e Efeito (muita gente a confundo com a terceira: Ação e Reação). Ela pode ser aplicada em tudo aquilo que se move em sistemas forçados. Essa lei diz que uma determinada entidade que se move e existir uma taxa que mede a variação desse movimento pode ser expresso em proporções definidas, onde a força que gera o movimento é proporcional a taxa de variação do movimento, ou seja a causa de uma variação no movimento é uma força, tornando a taxa de variação um efeito. Neste sentido, Newton até inventou um processo de cálculo para lidarmos com essa lei, conhecido como cálculo das derivadas (ou diferenciais), responsável pela análise de taxas de variações ou diferenças de valores. Também encontramos um resultado importante nessa análise: se um sistema não possui taxa de variação em seu movimento ele é inerte. Disso resulta a primeira lei de Newton.
    Estou escrevendo isso porque a Economia parece participar dessas causas e efeitos proposto por Newton. Não é atoa que ele foi ministro de economia da Inglaterra. Suas ideias moldaram a matemática que vários economistas utilizaram construir o mundo moderno. Tenho a impressão que deveria ser feito uma ligação mais detalhada sobre isso, uma vez que o mundo moderno se originou a partir da evolução da Ciência depois de Newton. A máquina a vapor de James Watt, uma tecnologia complexa que foi incrementada a partir das metodologias científicas Newtonianas, ditou os processos produtivos da primeira revolução industrial.
    Também é importante perceber que a lei da inércia tem como referencial a massa dos objetos materiais, que define um campo da Física conhecido como Mecânica e que foi readaptada para as entidades eletromagnéticas no século dezenove. Nisso surge o fóton, que não possui massa, mas revela um outro lado de tecnologias complexas que quebra o paradigma newtoniano. Nosso celular depende basicamente de entidades eletromagnéticas para funcionar. Newton nunca estudou entidades eletromagnéticas, apesar de possuir um tratado inteligentíssimo sobre ótica e sua trajetória no espaço, conhecido como Ótica Geométrica. Mas não foi além disso. As limitações tecnológicas da época não favorecem a nenhum cientista o surgimento da eletricidade e o magnetismo como objeto de estudo.
    Resumindo e concluindo, temos uma concepção econômica que depende muito dos aspectos científicos. Porém, eles não são estáticos e dogmáticos. Evoluem com o universo e são ditados por paradigmas (e não dogmas). Acreditar no que que Smith, Marx, ou mesmo Newton falaram em sua época, por meio de suas teorias e tecnologias Mecânicas que ditavam a Ciência de seu tempo, é transformar a Economia em uma Religião (que depende exclusivamente de dogmas para existir). A Economia, junto com todos os campos da Ciência e a Filosofia são movidos por paradigmas que devem ser testados e avaliados constantemente. Sempre aparecerão novas leis e novas ideia para redefini-las e nos prendermos ao passado por meio de dogmatização é colocar ancoras num processo que exige a evolução constante e a adaptação a novos tempos.

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