Voltaire, cujo nome real era François-Marie Arouet, foi um escritor, filósofo e ensaísta francês do século XVIII. Sua obra abrange diversos gêneros literários, como poesia, teatro, contos e ensaios, e foi marcada por um estilo sarcástico, satírico e incisivo. Uma de suas obras mais conhecidas é “Cândido, ou o Otimismo”, publicada em 1759. Nessa novela satírica, Voltaire critica as visões otimistas do filósofo Leibniz, que sustentava que “vivemos no melhor dos mundos possíveis”. Através da história do jovem Cândido, o autor expõe as injustiças, atrocidades e absurdos do mundo, questionando a ideia de um universo perfeitamente ordenado e benevolente. Voltaire também se destacou por suas posições críticas em relação à intolerância religiosa e à opressão. Defendia a liberdade de pensamento e a separação entre Estado e religião, criticando as práticas obscurantistas e fanáticas da época. Seu famoso lema “Écrasez l’infâme” (“Esmaguem o infame”) era uma chamada para combater a injustiça e a ignorância.

Outra obra importante de Voltaire é “Tratado sobre a Tolerância”, em que ele defende a ideia de que todas as religiões merecem respeito e que a coerção religiosa é contrária aos princípios da razão e da humanidade. Além disso, ele escreveu uma vasta quantidade de cartas, ensaios e peças teatrais que abordam temas como política, história, moral, ciência e filosofia. Voltaire foi uma figura controversa em sua época devido a suas opiniões desafiadoras e sua crítica a instituições poderosas. No entanto, sua obra teve um impacto duradouro e influenciou o Iluminismo e o pensamento liberal no século XVIII. Seu legado como um dos principais pensadores do Iluminismo ainda ressoa na cultura e no pensamento ocidental até os dias atuais.