Cenário Brasil/ Maio 2019

Aumentou muito o risco de recessão no Brasil em 2019. Os dados já divulgados do primeiro trimestre mostram um provável  PIB zero ou levemente negativo. Os indicadores antecedentes de Abril seguem ruins também. O novo governo continua com dificuldade para negociar com o Congresso. Os dados referentes a produção industrial e varejo no Brasil mostraram desaceleração preocupante em Fevereiro e Marco desse ano. Os indicadores preliminares de atividade mostram um começo de 2019 difícil, com aumento de probabilidade de corte de taxa de juros SELIC no segundo semestre, apesar do discurso ainda ter mudado no novo Banco Central. No front das reformas o novo governo ainda patina e tudo será mais difícil do que se imaginava inicialmente. Houve destruição de vagas formais de trabalho em março e a arrecadação de impostos do governo federal voltou a cair. A grande questão no momento para o Brasil e’: voltaremos a crescer no segundo semestre? Ou teremos mesmo estagnação até 2020? O cenário de estagnação parece hoje mais provável o que indica taxas de juros curtas e longas baixas até pelo menos o final de 2020. A bolsa brasileira pode sofrer por conta da queda de atividade mas será beneficiada por manutenção ou até mesmo queda de taxas de juros.

La fora o FED sinalizou que vai parar com altas de juros e novos programas de estimulam começam a voltar a mesa para discussão, especialmente na Europa e Japão. O crescimento mundial de 2019 será menor do que de 2018. As taxas de 10 anos nos EUA seguem na casa dos 2,5%, na Alemanha voltaram a 0% e no Japão continuam nulas. Algum risco permanece no horizonte por conta de alta de inflação nos EUA, mas o subemprego do mercado de trabalho por hora parece ser capaz de manter a alta de salários sob controle. Trump voltou a criticar o FED por conta das altas de taxas de juros. A aproximação das eleições nos EUA aumentara a pressão sobre o FED para manter ou cortar juros. A “guerra” comercial entre China e EUA voltou a ganhar forca também e representa ainda fonte de incerteza no cenário mundial. O cenário para o segundo semestre exige cautela. Em resumo nossa visão é a de que o cenário continuará problemático no front de aprovação de reformas e com atividade fraca no Brasil; cenário que deve resultar em queda de juros curtos e alta de juros longos, manutenção ou queda de preço de ativos na bolsa brasileira. O fundo segue carregando posição vendida em juros curtos e comprada em juros longos que deve trazer retornos importantes ao longo de 2019.

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