Continuamos acompanhando o cenário do petróleo que atingiu a marca de noventa dólares por barril, causando renovados temores de inflação. As restrições na oferta por parte da Arábia Saudita e Rússia têm desempenhado um papel nesse cenário. É importante destacar que os preços elevados do petróleo se traduzem em aumentos no custo da gasolina, como já observamos nos Estados Unidos, onde os preços atingiram praticamente a máxima do ano. No Brasil, a Petrobras também anunciou aumentos nos preços da gasolina, o que contribui para pressionar a inflação. No Relatório Focus de hoje, o mercado já revisou suas projeções para a inflação. As expectativas para o ano de 2023 foram elevadas para 4,93%. Para 2024 a previsão é de uma inflação de 3,89%. Isso representa um cenário desafiador para o Banco Central Brasileiro, considerando que a meta de inflação é de três por cento para o próximo ano e três vírgula vinte e cinco por cento para o ano atual. A inflação está claramente acima das metas estabelecidas. Nesse contexto, o Banco Central não deve manter o ritmo de cortes da SELIC até a casa dos 10% para então iniciar um debate sobre nível ótimo para terminar o atual ciclo de cortes. Esta semana também é marcada pela decisão do Banco Central Europeu, que é um ponto de destaque nas discussões sobre política monetária global. No que diz respeito à inflação, teremos vários dados importantes ao longo da semana, começando com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Brasil a ser divulgado amanhã e que deve ficar próximo de 0,25% em agosto. No cenário internacional, teremos dados de Preços ao Produtor (PPI) nos Estados Unidos, bem como os dados de preços do consumidor (CPI), que são indicadores-chave para a discussão sobre a inflação nos Estados Unidos. O aumento nos preços da gasolina e do petróleo tem gerado preocupações sobre uma possível inflação mais alta nos Estados Unidos, o que pode impactar as decisões do Federal Reserve em relação às taxas de juros. Uma notícia relevante desta manhã são as medidas de estímulo econômico anunciadas pelo governo chinês. Isso teve um impacto positivo nos mercados, impulsionando os preços do minério de ferro e do cobre desde sexta-feira à noite. Essa movimentação deve beneficiar também a Bovespa, a bolsa de valores brasileira. O dólar, que vinha se valorizando, finalmente apresenta uma desvalorização, o que pode contribuir para uma apreciação do real, aproximando-se dos R$4,95. No geral, o cenário de desvalorização das moedas emergentes e valorização das commodities favorece o Brasil. É importante destacar que, apesar das preocupações com a desaceleração do crescimento chinês e os desafios no setor imobiliário, não estamos prevendo um colapso ou uma grande crise na China. Esperamos um crescimento mais lento, mas ainda positivo, o que deve sustentar a demanda por commodities e beneficiar empresas do setor.
