*escrito por Uallace Moreira
A SASAC, State Owned Assets Supervision and Administration Commission (SASAC), órgão fundamental do governo chinês que tem como finalidade atuar como acionista do governo em quase duzentos grupos empresariais estatais controlados centralmente, fez um recenemente um processo de fusão e transferiu a Luneng Group do setor elétrico para a empresa estata a State Grid. Isso se chama política de planejamento estratégico, em setores considerados chaves para o desenvolvimento econômico do país. A State Grid transferiu sua participação de 100% na empresa imobiliária Luneng Group para uma empresa estatal especializada em logística e embalagem que é propriedade conjunta da State Grid e das empresas estatais China Reform Holdings Co. Ltd. e China Chengtong Holdings Group Ltd. A mudança ocorre depois que a SASAC ordenou que as empresas que administra se concentrassem em seus negócios principais e limitassem o investimento em áreas não essenciais, com a finalidade de fortalecer a capacidade energética do país. O governo também aprovou dois projetos de energia nuclear com um investimento total de 70 bilhões de yuans (US $ 10,2 bilhões). O investimento faz parte da estratégia política do país para reduzir os níveis de poluição e estimular a economia por meio de investimentos em infraestrutura. O investimento será realizado em empresas estatais e empresa privada. Os projetos aprovados foram a usina nuclear de Hainan Changjiang fase 2 e a usina nuclear Zhejiang San’ao fase 1. A usina de Hainan será construída em conjunto pela estatal China National Nuclear Corp. e China Huaneng Group Co. Ltd. A usina de Zhejiang será o primeiro projeto de energia nuclear envolvendo capital privado. A subsidiária de investimentos da montadora chinesa Zhejiang Geely Holding Group terá uma participação de 2% na fábrica. A política energética da China é altamente diversificada, buscando inclusive energias limpas, dentro do conceito de sustentabilidade. O país aumentou 76% a capacidade de energia eólica em 2020. A China conectou 10,42 gigawatts (GW) de capacidade eólica offshore à rede elétrica no final de abril, o que representa um aumento de 15,8% em relação ao final do ano passado, de acordo com novos dados da Administração Nacional de Energia. O governo chinês, através do National Energy Administration (NEA), também anunciou que irá instalar pelo menos 90 gigawatts (GW) de nova capacidade eólica e solar garantida até o final de 2021. Com isso, a China, mais uma vez, mostra ao mundo como o setor energético é estratégico e o Estado deve coordenar a expansão da capacidade produtiva energética em diversas fontes, principalmente via atuação das estatais.
Fontes:
https://www.caixinglobal.com/2020-08-12/chinas-power-grid-gets-out-of-real-estate-101592031.html
Muito bom o texto. Conciso, preciso, mas tem alguns pequenos erros de digitação.
Enquanto isso, aquí na capitania hereditaria baremos palmas para o Guedes.