Começa hoje a reunião do COPOM, e amanhã teremos o tão aguardado resultado. Espera-se que essa reunião traga uma mudança de tom e uma possível sinalização de que a taxa de juros poderá cair no segundo semestre, provavelmente em agosto ou setembro. Um evento que chamou a atenção foi o almoço ontem do ministro Haddad com Campos Neto, presidente do Banco Central, mesmo sem constar na agenda oficial. Além disso, foram feitas críticas por Haddad, Lula e Alckmin em relação à taxa de juros. Também houve a exoneração do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Galipolo, em preparação para sua ida ao Banco Central. Essas ações fazem parte dos esforços do governo para expressar sua visão sobre o rumo da economia. Vale ressaltar que a decisão sobre a taxa de juros é um debate técnico que ocorrerá internamente no Banco Central, envolvendo sua diretoria e equipe. Muitos acreditam que já é hora da taxa de juros começar a cair. Estima-se um corte de pelo menos 0,25%, podendo chegar a 0,5% em algumas análises na próxima reunião de Agosto. O cenário para a inflação melhorou consideravelmente nos últimos doze meses, com uma queda significativa nos índices. O IPCA acumulado em doze meses está abaixo de 4%, o que é bastante expressivo.
Hoje, saiu uma prévia do IGP-DI da FGV com deflação persistente, mostrando que os indicadores de preços estão em queda. Esse cenário deve se manter em junho e possivelmente em julho, com preços de commodities controlados, como o petróleo em torno de US$ 75 e minério de ferro sem grandes variações. Além disso, a China anunciou um corte na taxa de juros como forma de estimular seu crescimento, que está abaixo do esperado. Para o segundo semestre, espera-se um crescimento menor na China, juntamente com a desaceleração do setor industrial nos Estados Unidos e estagnação na Europa. O cenário aponta para um crescimento mais lento e, possivelmente, uma deflação, com os preços das commodities em queda, inclusive no setor agro. No Brasil, observou-se ontem um movimento diferente das outras moedas do mundo em relação ao dólar. Enquanto outras moedas perderam valor, o real se apreciou, chegando a R$ 4,77. Esse fenômeno está relacionado ao cenário brasileiro. A perspectiva de queda de juros no segundo semestre pode impulsionar o mercado de capitais brasileiro, com aumento das captações e IPOs, beneficiando também os bancos e contribuindo para a alta da bolsa. A agenda de hoje está mais tranquila, com dados sobre o mercado imobiliário americano. Amanhã teremos informações sobre atividades econômicas. No entanto, o destaque principal é a reunião do COPOM, cujo resultado será divulgado amanhã, aguardando ansiosamente por possíveis mudanças na taxa de juros.