*Escrito com Felipe Trevisan Jürgensen
A empresas americana AMD apresentou seus primeiros notebooks baseados na arquitetura Zen de 7nm. Abrindo um novo caminho da empresa no mercado de notebooks. E por que isso importa? Se você estiver em seu computador provavelmente você esteja lendo esse artigo a partir de um processador Intel. A empresa que fabrica a “mente pensante” do seu computador está sofrendo muito nesse exato momento. Isso se dá pelo crescimento de sua concorrente a AMD, com sua linha de processadores Ryzen. Resumindo uma longa história, podemos ver na imagem abaixo o que aconteceu com o cenário de processadores desde praticamente o início do século XXI. A Intel, se tornou dominante na plataforma “x86” que é a de computadores pessoais e servidores a partir de 2005 e segue como líder desse duopólio nos EUA até hoje.
Market Share processadores Intel VS AMD (2004-2019)
Fonte: CPUBenchmark.net
Como mostrado no gráfico acima a empresa seguiu dominando o mercado por cerca de 15 anos. Somente a partir de 2018 as coisas começaram a mudar. Em se tratando de um duopólio, AMD segue crescendo mediante a perda de mercado da Intel. Não é somente na Alemanha onde a AMD vem quebrando recordes. Segundo o blog WCCFTECH (2019), a empresa possui 8 entre 10 processadores na lista dos mais vendidos da Amazon. Embora a Intel ainda seja tecnicamente a maior empresa em termos de receita, esse posicionamento recente precário, a ausência de inovação e as tendências atuais colocam tudo isso em risco. Não ajuda que eles ainda não consigam atender à demanda de mercado por seus atuais produtos de 14 nm existentes e que suas projeções para novos processadores com 10nm tenham previsão para só 2021.
E onde a TSMC entra nessa história toda? A parceria entre a AMD e a campeã taiwanesa gerou esse expressivo ganho em market share em pouco tempo. A TSMC é a principal fornecedora de tecnologia para esse avanço de mercado da AMD, sobretudo pelos avanços na redução da arquitetura dos processadores, agora equipados em 7nm e prontos para entrar no mercado doméstico. A intel por todo esse tempo andava com suas próprias pernas a passos vagarosos sustentando sua posição de líder de mercado, povoando todo e qualquer notebook e inovando muito pouco. Está vendo seu mundo desabar em um curto espaço de tempo, tudo por um avanço tecnológico disruptivo, vindo de uma campeã nacional de Taiwan. Taiwan uma ilha com 24 milhões de habitantes e com uma de suas empresas complexas é capaz de modificar todo um cenário global de processadores. É essa urgência da complexificação e da apropriação tecnológica que o Brasil deve aprender. Lógico que para o Brasil subir nesse bonde high tech é praticamente impossível. Mas outros mercados com tecnologias disruptivas ou ao menos com avanços modestos são possíveis e estão aí para serem disputados. Ao menos o país tem o dever de arriscar se desenvolver, como qualquer outra nação séria faz.
Referências:
https://www.extremetech.com/computing/276169-amd-moves-all-7nm-cpu-gpu-production-to-tsmc
https://www.digitimes.com/news/a20200727VL200.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Advanced_Micro_Devices
https://www.quora.com/Are-Intel-and-AMD-a-duopoly
É, só q o Brasil não é uma nação séria, vc está a todo momento anunciando o drama e o q o Brasil faz? Vc e outros estão certissimos. Creio, porem, que apenas um grande projeto privado com senso de nação e voltado para os seus, tirando proveito das inumeras falhas de caráter do Brasil, poderá, talvez, vencer isso tudo e criar uma realidade diferente desta, da qual a imensa maioria reclama, mas alimenta.