Escrito por Allan Nacif

Em novembro de 2022 a marinha de guerra da China contava com 340 navios, enquanto a dos EUA dispunha de 280. O ritmo alucinante da construção de navios cada vez mais sofisticados para a PLAN (Marinha do Exército de Libertação Popular) nos últimos anos tem assombrado o comando da marinha dos EUA. O secretário da US Navy, Carlos Del Toro, disse recentemente que a China possui 13 estaleiros para atender às demandas da PLAN enquanto a US Navy conta com 7 estaleiros. Ressaltou que apenas um dos estaleiros chineses têm capacidade de construção maior que os 7 norte-americanos somados.

Muito dessa capacidade de construção em ritmo acelerado dos chineses se deve a estratégia de usarem os mesmos estaleiros que constroem navios para marinha mercante para atender suas demandas militares. Com isso ganham em escala e conseguem fazer verdadeiras linhas de produção de navios de guerra altamente complexos. Para efeito de comparação, de acordo com o Manual de Estatísticas de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas em 2022, a China construiu 44,2% da frota mercante mundial seguida pela Coreia do Sul, com 32,4%, enquanto os EUA construíram apenas 0,053%. Outro ponto que ajuda a entender o sucesso da China nessa questão é a presença do estado na estratégia de construção naval do país. Não perdem tempo (nem recursos) buscando fazer projetos extremamente caros e de capacidades duvidosas como a classe Zumwalt da US Navy (mais de US$ 8 bi por navio), que atendem plenamente ao lobby do complexo industrial militar, mas não necessariamente às necessidades reais da US Navy.