Como explicar a grande crise do governo Dilma?

A alavancagem de crédito (imobiliário e não imobiliário) provocou um boom de consumo e um boom de construções imobiliárias, resultando em grande aumento de endividamento e oferta de imóveis. Os investimentos foram todos direcionados para o setor de non-tradables (prédios comerciais, residenciais e shopping centers). As desonerações agravaram o problema injetando demanda agregada e complicando a situação de contas públicas. O represamento de preços administrados contribuiu na mesma direção. Em 2015 essas políticas foram revertidas e a bolha que já vinha desinflando estourou. O choque de juros, o realinhamento de preços livres e administrados e a forte desvalorização cambial (também decorrente do estouro da bolha de commodities) deram o tiro de misericórdia na atividade econômica e estouraram a bolha de crédito e consumo. Aula que gravei sobre o tema:


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credito sobre PIB no Brasil:

Paul Krugman analisa a crise brasileira:

https://www.nytimes.com/2018/11/09/opinion/what-the-hell-happened-to-brazil-wonkish.html

26 thoughts on “Como explicar a grande crise do governo Dilma?”

  1. Muito bom seu resumo, parabéns! O que podemos esperar de 2018? O que o Brasil terá que fazer para retomar o crescimento?
    Apesar da queda da taxa de juros não tenho percebido uma resposta nos investimento e consumo. Esse quadro recessivo você acha que vai durar quantos anos?

      1. Bom dia, cresceremos lentamente sim, mais somente se não estourar mais nenhuma crise, mais a situação da Europa bastante preocupante!

  2. Puro macroeconomiques? Nada a respeito dos fatores políticos? Como a lavajato paralizando parte do setor de construção e petróleo e gás? Ou como o congresso atravanvando todas as pautas do governo e propondo pautas bombas? Ou como, quiçá, uma greve de investimentos do empresariado que passou a apoiar o golpe?

    1. Falando em Golpe,percebe-se que o Senhor vê por olhos miopes,e nesgados politicamente.O Professor faz uma Leitura Economica.Caso queira uma leitura Macro.Estude com impacialidade a origem do Mal.Empresário ai não mandou em nada.Exceto os Campeões Nacionais,que não o são,são tudo menos Empresários.

  3. Muito interessante a análise econômica. Infelizmente algumas ações governamentais como a venda pra fechar a FNM, a influência do governo no fim da Gurgel, privatizações financiadas pelo próprio estado, ausência de políticas favoráveis ao país na extração de minerais nobres, e as recentes vendas de reserva gigantes de petróleo com precinho de pai pra filho dificultam de mais da conta a análise econômica de nossos fracassos!

  4. De acordo com a análise. Porém, caberia acrescentar que primeiro a desvalorização cambial e depois a guinada nos juros, elevaram sensivelmente as obrigações financeiras das empresas brasileiras que haviam se endividado em dólar durante a fase de crescimento com moeda valorizada. Além disso, não são desprezíveis os impactos da rápida desvalorização sobre os insumos importados que contribuiu ainda mais para o achatamento das margens.

      1. Ótimo resumo, parabéns! Numa consulta ao site do banco mundial, foi possível identificar que, com exceção dos Estados Unidos, China e Índia, todos os outros países relevantes tiveram queda do PIB (em dólar) / recessão entre 2014 e 2016 (consequência provável da queda expressiva dos preços das commodites). As decisões internas foram realmente definitivas para explicar a mesma situação pela qual o Brasil passou ou apenas contribuiram um pouco para uma queda inevitável?

  5. Professor, de que forma as desoneracoes impactaram a atividade econômica negativamente ?

  6. Professor na pratica o que prejudicou a arrecadação brasileira foi a queda no valor de todos os commodities, infelizmente o Brasil tem como grande fonte de arrecadação as importação deste itens. Na sua analise não vi esta variável.

  7. Ótimo resumo, parabéns! Numa consulta ao site do banco mundial, foi possível identificar que, com exceção dos Estados Unidos, China e Índia, todos os outros países relevantes tiveram queda do PIB (em dólar) / recessão entre 2014 e 2016 (consequência provável da queda expressiva dos preços das commodites). As decisões internas foram realmente definitivas para explicar a mesma situação pela qual o Brasil passou ou apenas contribuiram um pouco para uma queda inevitável?

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