A curva de juros no Tesouro Direto é uma representação gráfica que mostra a relação entre o prazo dos títulos públicos disponíveis para investimento e as taxas de juros oferecidas por esses títulos. Essa curva é formada com base nas condições do mercado e reflete a relação entre oferta e demanda por títulos do Tesouro. No Tesouro Direto, os títulos são emitidos pelo governo brasileiro como forma de captação de recursos. Existem diferentes tipos de títulos disponíveis, com prazos de vencimento e características distintas. Cada título possui uma taxa de juros pré-definida no momento da emissão, que pode ser fixa ou variável. A marcação de preços dos títulos no Tesouro Direto está diretamente relacionada à curva de juros. Quando a taxa de juros aumenta, os títulos emitidos anteriormente com taxas fixas podem se tornar menos atrativos em comparação com novas emissões que oferecem taxas mais altas. Como resultado, os preços dos títulos existentes tendem a diminuir para equilibrar essa diferença de taxa. Por outro lado, quando a taxa de juros cai, os títulos emitidos anteriormente com taxas mais altas se tornam mais atrativos em comparação com novas emissões que oferecem taxas mais baixas. Isso leva a um aumento nos preços dos títulos existentes para compensar essa diferença de taxa.
Em ciclos de cortes de juros, os preços dos títulos públicos tendem a aumentar devido a uma relação inversa entre as taxas de juros e os preços dos títulos. Quando ocorrem cortes de juros, o objetivo geralmente é estimular a economia e impulsionar o crescimento. Ao reduzir as taxas de juros, os bancos centrais buscam tornar o crédito mais acessível e incentivar os investimentos e o consumo. Isso gera um efeito positivo nos preços dos títulos públicos. Ao ocorrer um corte de juros, os títulos existentes, emitidos anteriormente com taxas mais altas, tornam-se mais atrativos em comparação com novas emissões que oferecem taxas mais baixas. Os investidores estão dispostos a pagar um prêmio pelos títulos existentes, que possuem taxas de juros mais altas do que as disponíveis no mercado atual. Esse aumento na demanda por títulos com taxas de juros mais altas faz com que seus preços subam. A alta demanda exerce pressão sobre os preços, levando os investidores a pagar um valor acima do valor nominal pelos títulos. Assim, ocorre um aumento nos preços dos títulos existentes no mercado secundário.
Essa relação inversa entre taxas de juros e preços dos títulos é especialmente relevante para os títulos de renda fixa, como os títulos públicos. Os títulos públicos são considerados investimentos de baixo risco e têm uma relação direta com as políticas monetárias implementadas pelo banco central. Portanto, os cortes de juros têm um impacto significativo em seus preços. É importante destacar que as mudanças nos preços dos títulos também podem ser influenciadas por outros fatores, como expectativas de inflação, percepção de risco e condições de mercado. Além disso, a magnitude do impacto dos cortes de juros nos preços dos títulos pode variar dependendo das características específicas de cada título, como o prazo para o vencimento e as taxas de juros associadas. A marcação de preços dos títulos no Tesouro Direto é influenciada não apenas pela taxa de juros, mas também por fatores como o prazo restante para o vencimento do título, a liquidez do mercado, a percepção de risco e as expectativas de inflação. Esses fatores podem afetar a demanda e a oferta por títulos, impactando os preços e, consequentemente, a curva de juros.É importante ressaltar que, ao investir no Tesouro Direto, os investidores devem considerar não apenas a marcação de preços dos títulos, mas também suas características individuais, objetivos de investimento e perfil de risco. Além disso, é fundamental acompanhar as condições do mercado e as mudanças na curva de juros para tomar decisões informadas sobre seus investimentos no Tesouro Direto.