Conselho monetário nacional fixa meta de inflação contínua em 3%

O Conselho Monetário Nacional confirmou a meta de inflação contínua em 3% a partir de 2025, o que significa que o Banco Central terá como objetivo atingir essa meta não apenas em um determinado ano calendário, mas de forma contínua. Isso elimina a preocupação de ter que lidar com choques ou eventos específicos de um determinado ano, pois a inflação daquele ano fora da meta não será mais um problema. Embora essa prática já ocorresse na prática, agora foi formalizada. A ideia é que, olhando para o passado e para o futuro, a meta de inflação seja o ponto central, e a inflação sempre gire em torno desse objetivo de 3%. Havia preocupações de que o governo poderia aumentar a faixa de variação em torno dessa meta, que é de 1,5%, ou até mesmo alterar a meta em si, o que poderia gerar expectativas de inflação mais altas nos próximos anos. A confirmação da meta de inflação em 3% foi positiva, pois sinaliza que a inflação esperada é essa, e o Banco Central trabalhará para alcançar essa meta, independentemente de quem seja o presidente. Esta semana foi importante em relação à inflação. O IPCA-15 ficou um pouco acima do esperado, com uma variação de 0,04%, mas ainda em níveis baixos. O Banco Central adotou um discurso mais brando em relação ao comunicado anterior na ata do COPOM da terça-feira passada. Além disso, no relatório trimestral de inflação divulgado ontem, o Banco Central indicou a possibilidade de cortes na taxa de juros na próxima reunião em agosto. No relatório, o Banco Central mostrou que, de acordo com o modelo utilizado, a inflação em 2025 estaria em torno de 3,1%, praticamente em linha com a meta. Isso considerando as projeções de mercado, que apontam para uma Selic em torno de 12% no final deste ano e cerca de 9% no final do próximo ano. O mercado já convergiu para essas expectativas.

Além disso, a Bolsa de Valores teve um desempenho positivo, subindo 0,4% e atingindo 118 mil pontos, com um ganho acumulado no mês de 9,27%, sendo o melhor mês desde novembro de 2020. O dólar ficou estável em R$4,84, mesmo em um dia de desvalorização de outras moedas emergentes. Os juros longos também caíram, reagindo bem às decisões do Conselho Monetário Nacional, com o contrato de janeiro de 2031 sendo negociado a 10,80%. Além disso, nos Estados Unidos, foi divulgado um crescimento do PIB de 2% no primeiro trimestre, mostrando que a economia está longe de uma recessão. No Brasil, o desemprego medido pela PNAD caiu ligeiramente para 8,3%, com a criação de 155 mil vagas em maio. Apesar da desaceleração no mercado de trabalho, o desemprego ainda não está aumentando significativamente. Vale lembrar que estamos com uma taxa de juros elevada, com a Selic em 13,75%, que atrapalham a recuperação de nosso mercado de trabalho. Em relação à zona do euro, foi divulgada uma inflação abaixo do esperado no índice cheio, com uma variação de 5,5% no ano, mas houve uma leve alta no núcleo da inflação, que subiu para 5,4%. Nos Estados Unidos, a inflação também ficou em linha com as expectativas, com o PCE em 3,8% e o núcleo da inflação em 4,6%. No geral, foi uma semana positiva para o Brasil, com a Bovespa se beneficiando das notícias e continuando seu rali de alta. Os juros longos também fecharam em queda, e o real se destacou em relação a outras moedas emergentes.

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