Copom deve cortar a taxa SELIC para 13,5%

A agência de risco Fitch elevou o rating do Brasil para BB de BB-, aproximando-nos do grau de investimento. Nas últimas semanas, tivemos a perspectiva da melhora da nota pela S&P, e agora houve a melhora da nota com perspectiva estável. É possível que o Brasil retorne ao grau de investimento nos próximos anos, essa melhora recente já estava no radar. O cenário econômico brasileiro tem sido favorável, com a Bovespa batendo a máxima do ano acima de 122 mil pontos, o dólar abaixo de 4,80 e os juros futuros cedendo, o que indica otimismo no mercado. O IPCA-15 de julho apresentou deflação de 0,07%, as chances de corte da SELIC nos próximos meses. Além disso, outros indicadores, como a difusão e os núcleos, mostraram desaceleração das altas, especialmente nos serviços. O INCC, que mede preços na construção civil, registrou uma leve alta de 0,06% em julho, uma boa notícia para o setor; os insumos têm apresentado forte queda de preços. Além disso, a confiança da construção civil também voltou a subir, acompanhando a confiança do consumidor, que está em máxima de cinco anos. O índice de preços industriais de atacado IPP do IBGE mostrou forte queda em junho, com deflação de 2,72%. Embora isso seja bom para controlar a inflação, a queda de preços tem afetado o setor industrial brasileiro que mostrou queda da confiança nas pesquisas de julho. O resultado das contas externas do Brasil mostrou um déficit em conta corrente de 50 bilhões de dólares em doze meses, facilmente coberto pelo investimento direto estrangeiro de 80 bilhões no mesmo período. A dívida externa do país está em 334 bilhões de dólares, sendo a maior parte dela privada e não pública. O novo arcabouço fiscal deve ser votado em agosto. O Brasil tem apresentado o segundo melhor desempenho entre os mercados emergentes neste ano, perdendo apenas para o México. A expectativa de inflação no Focus mostra uma perspectiva favorável, com previsões de inflação mais baixa para os próximos anos. A trajetória da taxa Selic também permanece constante, indicando um ciclo de corte que deve levar a taxa SELIC a 9% no final de 2024.

O BC americano subiu os juros em mais 0,25% na reunião de julho e, conforme esperado, colocou a taxa em 5,5% ao ano, a maior desde 2006. O mercado interpreta essa alta como possivelmente a última, já que o comunicado não sinalizou explicitamente mais aumentos no futuro. A leitura é de que o Fed adota agora uma postura mais “dovish”, ou seja, mesmo com a alta dos juros, não parece estar inclinado a aumentá-los ainda mais no futuro, especialmente considerando os comentários de Jerome Powell sobre atividade econômica nos EUA. Anteriormente, o Fed falava que uma recessão seria necessária para controlar a inflação, mas agora mudaram o tom e dizem que não veem mais a recessão como uma possibilidade. Essa mudança de postura é vista como positiva para o mercado, impulsionando as bolsas americanas e emergentes, além de fortalecer as moedas emergentes, como o real. O PIB americano cresceu 2,4% no segundo semestre, acima do esperado, e mostra que de fato a economia americana está longe de uma recessão por ora. O BCE (Banco Central Europeu) também aumentou seus juros em 0,25%, para 3,75% nas taxas de depósito conforme o esperado. A Europa parece estar também próxima do final de seu ciclo de alta de juros. Em resumo, o cenário atual é bastante propício para ativos de risco. As bolsas estão em alta, o real está se valorizando, e os juros têm espaço para cair no Brasil. O rali brasileiro está se concretizando e há perspectivas de mais ganhos no futuro.

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