Finalmente a sequência de quedas do IBOVESPA foi quebrada com uma alta de 0,37% na sexta-feira, levando o índice a atingir 115k. Foram treze quedas consecutivas, marcando a maior sequência na história. Embora as quedas sejam de pequena magnitude, é relevante notar que na semana a bolsa caiu 2,25%, no mês a queda foi de 5,3%. No entanto, o acumulado anual ainda registra um aumento de 5,17%. São quedas em doses homeopáticas. Na semana passada, as bolsas americanas também enfrentaram dificuldades, com uma queda acumulada de mais de 2%. Foi a pior semana para Wall Street desde março. Há uma preocupação considerável em relação ao aumento das taxas de juros de longo prazo nos EUA. A treasury de 10 anos atingiu novamente 4,32%, a máxima desde 2007. A tensão persiste devido à possível retomada da inflação nos Estados Unidos. Vale lembrar que na sexta-feira temos o encontro de Jackson Hole, onde banqueiros centrais proeminentes, como Jerome Powell, farão discursos. O mercado está atento a isso. A semana passada trouxe indicadores econômicos robustos nos Estados Unidos, apontando para uma economia mais aquecida do que o mercado previa. A produção industrial e o varejo mostraram força, levando a uma valorização do dólar em todo o mundo. Embora o real tenha se recuperado um pouco na sexta-feira, chegando a R$4,96, ainda assim registrou uma perda de 1% na semana e de 5% no mês em relação ao dólar. A bolsa brasileira está caindo 5% no mês. O petróleo, que está em torno de US$85, também caiu 2% na semana. Essa semana reserva a divulgação do IPCA-15 na próxima sexta-feira, que é um dado importante para o Brasil. Além disso, as discussões sobre o arcabouço fiscal estão progredindo, e a aprovação é esperada para os próximos dias. O atraso na votação também impactou as taxas de juros longas e ativos de risco no Brasil. Na China, uma notícia positiva foi o corte de juros de 3,55% para 3,45%, proporcionando algum alívio para as commodities, especialmente o minério de ferro. No entanto, as preocupações em relação ao mercado imobiliário chinês persistem, com medo de novos colapsos. Outra boa notícia foi a deflação na Alemanha, com uma queda acentuada de 6% no índice de preços ao produtor na comparação anual. Essa notícia contribui para um cenário favorável de juros na Europa, possivelmente levando o Banco Central Europeu a considerar encerrar o ciclo de aumento de juros.
