Um comentário atualizado sobre o nível de atividade na Europa e nos Estados Unidos, com base nos recentes índices de PMI divulgados. Esses índices mostram uma contração que está se fortalecendo, especialmente no setor industrial. Na Europa, o setor industrial, incluindo a Alemanha, está em contração, sendo importante lembrar que um índice abaixo de 50 indica queda na atividade econômica. No setor manufatureiro dos Estados Unidos, também há contração. A novidade é que essa tendência começa a se estender um pouco para o setor de serviços, com quedas também na Alemanha, Europa em geral e Estados Unidos. Esses dados são referentes ao mês de junho e demonstram que a atividade econômica perdeu força nessas economias ao longo do mês. Esse cenário de desaceleração já foi observado anteriormente no Brasil, através da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que registrou queda em abril e maio. Portanto, estamos enfrentando uma desaceleração no início do segundo trimestre. Essa desaceleração pode ser atribuída às altas taxas de juros, que estão produzindo efeitos conforme esperado. A discussão atual gira em torno de saber se isso resultará em uma desaceleração suave (soft landing) ou uma crise mais acentuada (hard landing). No entanto, acredita-se que a opção mais provável seja um soft landing. No Brasil, também há dados indicando deflação no Índice de Preços ao Consumidor – Fundação Getúlio Vargas (IPC-S-FGV), com uma queda superior a 0,02 no índice. Essa indicação semanal sugere que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), provavelmente entrará em deflação em junho e possivelmente em julho. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) da FGV também já registrou deflação. Portanto, é provável que tenhamos dois meses consecutivos de deflação no Brasil, em junho e julho. As taxas de juros futuras continuam caindo, mesmo após a postura mais dura adotada pelo Banco Central em seu último comunicado na reunião de quarta-feira passada. Especialmente os juros mais longos têm apresentado queda, ficando abaixo de 11%. Isso aumenta consideravelmente a possibilidade de cortes nas taxas de juros, possivelmente já em agosto ou setembro.
