Desemprego na mínima desde 2014 no Brasil

Ontem houve um pouco de estresse nos mercados financeiros. Pela manhã, houve a divulgação do PIB americano, que apresentou um crescimento forte de 2,4% no segundo trimestre, superando as expectativas. A boa notícia é que os Estados Unidos estão longe de passar por uma recessão. No entanto, a má notícia é que os mercados começaram a ficar preocupados com mais alta de juros. O cenário ideal seria uma economia em crescimento sem inflação descontrolada, mas os mercados também não desejam um crescimento excessivo. Ontem, foi observado o maior salto nas taxas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos do ano todo, chegando a 4%. Esses títulos são considerados uma das taxas de juros mais importantes do planeta, sendo um mercado de quase 20 trilhões de dólares e um grande poço de liquidez nesse vértice específico. Esse movimento gerou uma venda importante no mercado, afetando negativamente as commodities, principalmente aquelas relacionadas à mineração, como siderúrgicas e a Vale. A Petrobras também sofreu com um relatório de produção mais fraco do que o esperado e rumores sobre uma possível troca de presidência. Em decorrência desses eventos, o Ibovespa caiu 2,1%, fechando em 119.000 pontos, e o dólar voltou para R$4,75, ganhando um pouco de força. Esse cenário se deu apesar da decisão mais branda do FED na quarta-feira passada. Ainda não há certeza sobre se haverá um aumento das taxas de juros em setembro; os diretores do FED disseram que estão “data dependent”, ou seja, tudo dependerá do que acontecerá nos próximos meses.

Hoje, o mercado já abriu em alta, com as bolsas subindo e o dólar em queda, indicando um movimento de recuperação em relação ao estresse de ontem. Vale ressaltar que nesta semana, a bolsa atingiu a máxima do ano, ultrapassando os 122.500 pontos, enquanto o dólar chegou à mínima do ano, cotado a R$4,70. Os juros longos também estão próximos de suas mínimas do ano, com a taxa de janeiro de 2027 em 10,16% e a taxa de janeiro de 2026 em 10,07%. Essa perspectiva favorável pode contribuir para um início positivo na semana que vem no Brasil. Em relação aos dados de atividade econômica, o segundo trimestre apresentou números um pouco mais fracos, com queda do IBC-BR e do varejo, indicando uma desaceleração da economia, o que pode levar a mais cortes nas taxas de juros até o final do ano no Brasil. O CAGED divulgou a criação de 157 mil vagas formais em junho, um dado positivo, mas um pouco abaixo do esperado. Ainda assim, o desemprego no Brasil está em 8%, o menor desde 2014, o que é uma ótima notícia para o mercado de trabalho. No âmbito da inflação, o IGPM continua apresentando deflação, com uma queda de 0,72% em julho, acumulando uma deflação de 5,15% no ano e de 7,72% em doze meses, sendo a atual a maior deflação desde os anos cinquenta. Essa deflação intensa em preços de atacado contribui para a possibilidade de cortes nas taxas de juros na semana que vem.

 

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