Doença holandesa na Austrália

Os gráficos abaixo construídos por analistas da BCA mostram a evolução das exportações não commodities na Austrália e do custo unitário do trabalho. O boom no preço do ferro “desalojou” as exportações de outros bens e criou forte apreciação cambial e aumentos de salários acima da produtividade no país. Em paralelo o setor de serviços se ampliou fortemente e surgiu uma bolha imobiliária. O setor de commodities se expandiu muito junto com os serviços e imóveis e o setor de bens transacionáveis não commodities se retraiu (doença holandesa). Qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência. O mesmo efeito observado na Austrália dos últimos 10 anos ocorreu por aqui: disparada do custo unitário trabalho com salários subindo bem acima da produtividade, forte expansão do setor de serviços, boom de consumo e subida vertiginosa do preço dos imóveis. A queda recente das commodities em geral e do minério de ferro em particular vai forçar um “ajustamento reverso” nessas economias. Os salários, imóveis e serviços vão parar de subir e o câmbio vai continuar a se depreciar, reequilibrando os preços relativos entre bens transacionáveis e não transacionáveis. Na sequencia os gráficos mostram a composição das exportações da Austrália em 2012, a evolução do preço do minério de ferro, o emprego industrial, valor adicionado no setor manufatureiro, capex no setor manufatureiro e evolução da complexidade econômica. Ver Doença holandesa, aspectos teoricos e Construindo complexidade

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