Ontem os mercados experimentaram um alívio devido à queda nos rendimentos dos títulos de dez anos dos EUA que recuaram de 4,80% para 4,73%. Ainda assim, permanecem em níveis relativamente altos. Essa redução veio na esteira do relatório ADP, que revelou um crescimento de empregos menor do que o esperado. O mercado esperava quase 160 mil novos empregos, mas o relatório trouxe apenas 89 mil, quase a metade do esperado. Isso ajudou a aliviar a pressão dos investidores, especialmente depois do relatório JOLTS da quarta-feira, que mostrou um mercado de trabalho muito robusto. Vale lembrar que a taxa de juros dos títulos de 30 anos atingiu 5%, marcando uma máxima que não era vista desde 2010. O índice BOVESPA conseguiu se recuperar um pouco, subindo 0,17%, enquanto o preço do petróleo sofreu uma queda significativa, o que causou preocupações nos mercados. Na quarta-feira o receio era de que o mercado de trabalho estivesse muito forte, e ontem, veio o receio de uma possível recessão. Isso fez com que o preço do petróleo caísse 5%, afetando empresas como a Petrobras e outras petrolíferas e fechou em 113.600 pontos, enquanto o mercado de câmbio manteve o dólar estável em R$ 5,15. Também foi divulgado o ICBR, que reflete os preços das commodities em reais, mostrando um aumento de 3,73% em setembro, um aumento considerável influenciado pela desvalorização da moeda brasileira, que está acima de R$ 5, pressionando a inflação e os preços no atacado. Além disso, houve uma recuperação nos preços das commodities em dólar, especialmente o petróleo, que subiu de US$ 70 para US$ 90. Isso também se refletiu no ICBR, indicando pressão sobre os índices de preços e inflação. Esses fatores complicam a situação para o Banco Central do Brasil. O destaque da semana é o relatório de empregos dos EUA (payroll) a ser divulgado amanhã, que o mercado está acompanhando com grande sensibilidade, dada a reação dos últimos dias. Hoje, teremos uma série de pronunciamentos de diretores do banco central, tanto no Brasil quanto no exterior, que também podem influenciar os mercados.
