*escrito por Elias Jabbour

Assisti ontem a conferência de Barry Naughton sobre este tema. Liberal e intelectual de rara honestidade, nos expôs ontem sua linha de raciocínio estritamente empírica: milhares de projetos (usava o termo “projeto” várias vezes) previstos no 14° Plano Quinquenal, novas cidades inteligentes, milhares de novos quilômetros de trens de alta velocidade, estradas e hidrovias. Conexão online entre oferta e demanda via Inteligência Artificial. Metade das estações de 5G do mundo estão instalados na China. Ambas plataformas alavancam a capacidade de planificação. Complexo sistema financeiro e o principal: ambição política do Partido Comunista o levou a elevar ao maior ponto possível a sua influência sobre os Grandes Conglomerados Empresariais Estatais (GCEE) com quadros técnicos e políticos do mais alto calibre. Ele lança a questão: são empresas estatais ou do Partido Comunista? Ele percebeu o “novo”. O perguntei se os conceitos que utilizamos para entender a China estão defasados. Me respondeu que ñ, o que evidencia seu ponto forte e fraco: empiricismo demasiado. Mas honesto (repito, um acadêmico raro). Diz achar que existe um sistema econômico novo na China, mas ñ sabe qual nome dar. Em um chat privado com um amigo de Londres, falamos ao mesmo tempo: nós chamamos de NOVA ECONOMIA DO PROJETAMENTO.