German Inc: estado e empresas explicam a riqueza da Alemanha

*escrito com Fausto Oliveira

Na Alemanha, dos 80 milhões da população, 41,5M (51,8%) trabalhavam em 2011. Dos que trabalhavam, 17,52% estavam na industria e 15,34% nos serviços empresariais e finanças. Ou seja quase 36% em empregos do tipo engenharia, design, marketing, IT, gestão, todos eles com grandes economias de escala e alta qualificação. No Brasil, para uma população de 200M em 2011, 105M (52,5%) trabalhavam. Desses 10,6% estavam na industria, bem mais low tech em relação a Alemanha e 10,5% em serviços empresariais e finanças, também menos high tech do que na Alemanha. Tomemos por exemplo o estado alemão de Baden-Wurttemberg que conta com 10 milhões de habitantes e produz o equivalente ao PIB norueguês e 3x mais do que o PIB português. O que se produz lá que faz com que as pessoas sejam tão ricas e eficientes? Ouro? Muito pelo contrário. A produção de riquezas naturais e agricultura é praticante irrelevante por lá. Seriam os restaurantes, as farmácias, hospitais, shopping centers e cabeleireiros a fonte de tanta produtividade e riqueza? Também não. A grande fonte de riqueza e produtividade desse estado está na produção de bens transacionáveis sofisticados. Aí se baseiam companhias como Porsche, Hugo Boss, Zeiss, Mercedes e SAP e inúmeras outras nas áreas de mecânica de precisão e maquinaria . O estado não é rico graças aos seus recursos naturais, é rico por conta de sua rede produtiva altamente sofisticada que abastece o mundo inteiro com bens transacionáveis complexos. Ainda na mesma região, no estado vizinho da Bavaria os destaques são:  BMW, Audi, Siemens, Continental, MAN, Puma e Adidas.Uma maneira simples para se entender o que é desenvolvimento econômico é pensar em termos de sofisticação produtiva. São ricos e desenvolvidos aqueles países capazes de produzir e vender no mercado mundial bens complexos e sofisticados. São pobres aqueles apenas capazes de produzir e vender coisas simples e rudimentares. Por isso o desenvolvimento econômico pode também ser entendido como a capacidade de uma sociedade de conhecer e controlar técnicas produtivas, especialmente nos mercados mundiais mais relevantes (o que os economistas chamam de bens transacionáveis).

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