*escrito por Uallace Moreira
Os conflitos entre Índia e China são interessantes, pois são mais um exemplo da estratégia equivocada do governo brasileiro em extinguir nossa maior empresa fabricante de semicondutores, a CEITEC. A Índia planeja aplicar uma nova diretiva de segurança nacional para bloquear fornecedores de equipamentos 5G chineses,como Huawei. A nova diretiva de segurança nacional tem como objetivo salvaguardar os seus planos 5G e manter a integridade da segurança da cadeia de abastecimento e desencorajar equipamentos inseguros. O governo disse que a diretriz não visa nenhuma nação em particular, mas analistas dizem que a medida é consistente com outras medidas impostas para bloquear os fornecedores de equipamentos chineses após as incursões da China e ocupação de partes de Ladakh.
Aqui entra em um ponto essencial que mostra que a estratégia da Índia é promover reserva de mercado e proteger cadeias produtivas internas, principalmente considerando a estratégia de fortalecer as empresas de telecomunicações indianas Bharti Airtel e Vodafone Idea. No passado, as gigantes das telecomunicações Huawei e ZTE Corp estavam entre as empresas preferidas para ajudar a configurar suas redes 5G. As empresas chinesas já fornecem equipamentos essenciais para as empresas de telecomunicações indianas Bharti Airtel e Vodafone Idea.
Acredita-se que a Índia está se aliando aos EUA e ao Japão para projetar e construir redes 5G sem o envolvimento da China. Perder o vasto potencial de mercado da Índia seria um grande golpe para a Huawei e a ZTE. Obter espectro é fundamental para todos os três principais provedores de telecomunicações – Reliance JioInfocomm, Bharti Airtel e Vodafone-Idea – já que as compras anteriores precisam ser renovadas ou se alguma empresa pretende fazer um upgrade para 5G. O presidente da Reliance Jio, Mukesh Ambani, disse que sua empresa planeja lançar o 5G no segundo semestre de 2021, enquanto o presidente da Bharti Airtel, SunilMittal, espera lançar em dois ou três anos.
A segurança dos dados é uma preocupação crescente na Índia, que vê um crescimento exponencial no uso digital. Os usuários da Internet aumentarão 40% para quase 800 milhões e o número de smartphones dobrará para 700 milhões até 2023, prevê o Instituto Global McKinsey. O governo indiano inscreveu 1,2 bilhão de indianos em um programa de identidade digital biométrica e 10 milhões de empresários em uma plataforma digital comum por meio de um Imposto sobre Bens e Serviços.
Em 2025, os principais setores digitais, como TI e gerenciamento de processos de negócios, serviços de comunicação digital e manufatura de eletrônicos, poderão dobrar para algo entre US $ 355 bilhões e chegar a US $ 435 bilhões na Índia, diz McKinsey. Nessa coluna, mostro como a Índia tem adotado várias medidas contrárias à China, aproximando-se dos EUA. A principal promessa dos norte-americanos aos indianos seria a transferência de várias indústrias dos EUA para a Índia. (https://portaldisparada.com.br/economia-e-subdesenvolvimento/india-eua-china-promessas/)
No entanto, apenas três das 56 empresas que saíram da China entraram na Índia em outubro de 2019. Dessas 56 empresas, 26 se mudaram para o Vietnã, 11 foram para Taiwan e oito para a Tailândia.
O contra-ataque da Huawei: Investimento de bilhões na Índia. A Huawei investiu US$ 2 bilhões e gastou US$ 200 milhões em seu centro de P&D na Índia nas últimas duas décadas. Essa é a maior unidade de P&D da Huawei com desenvolvimento contínuo de tecnologias centrais fora da China, disse a empresa.
A Huawei também administra o maior centro de serviço global da Índia, que lida com a operação de redes de telecomunicações em 30 países. Essas operações são apoiadas por 6.000 funcionários.
Nesse fio do Twitter, mostrei como Huawei entra em um novo mundo com as sanções dos EUA. Esse novo cenário mostra como é essencial o Plano de controle do governo chinês para orientar as empresas do setor privado para a “Nova Era”
https://twitter.com/moreira_uallace/status/1307340859248123907
Outro elemento que deixa em evidência a arriscada jogada da Índia é a a formação da Parceria Econômica Regional Ampla, ou RCEP (Regional ComprehensiveEconomic Partnership).
O RCEP marca um revés histórico para os EUA quase 4 anos depois que Trump deixou a Parceria Trans-pacífica(Trans-Pacific Partnership- TPP) de 12 nações, deixando Tóquio para assumir o papel de liderança e promover o TPP.
Fontes:
https://portaldisparada.com.br/economia-e-subdesenvolvimento/china-eua-rcep/
https://asiatimes.com/2020/12/india-building-defenses-against-huawei-5g/
https://portaldisparada.com.br/economia-e-subdesenvolvimento/india-eua-china-promessas/
https://twitter.com/moreira_uallace/status/1307340859248123907