Começamos o último trimestre após um terceiro trimestre desafiador. A Bovespa registrou uma queda de 1,29% durante o trimestre, enquanto o índice smallcaps teve uma queda de mais de 7%. Os últimos trinta dias foram particularmente difíceis devido ao aumento dos rendimentos dos títulos de dez anos, atingindo 4,60%, o nível mais alto desde 2007, o que afetou negativamente o mercado de ações no Brasil e no mundo. Todas as bolsas de valores sofreram com essa tendência. Este trimestre foi marcado por uma série de problemas, incluindo déficits nos Estados Unidos que atingiram níveis recordes, ameaças de paralisação do governo que acabaram sendo evitadas no último minuto, compras reduzidas de títulos de longo prazo por parte do Federal Reserve e um declínio nas compras asiáticas. Além disso, a inflação apresentou sinais preocupantes, especialmente com os preços do petróleo e da gasolina nos Estados Unidos em alta. O início do quarto trimestre parece um pouco mais otimista. Na sexta-feira, tivemos o Índice de Inflação PCE dos Estados Unidos, que ficou abaixo das expectativas. O núcleo do índice também registrou uma leitura ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado. Isso trouxe um sentimento mais positivo, com muitas pessoas projetando uma inflação de 2,5% a 2,7% para o próximo ano nos Estados Unidos, o que seria uma notícia muito boa. Além disso, os republicanos e democratas chegaram a um acordo no sábado, horas antes do prazo final à meia-noite, evitando assim uma nova paralisação do governo e a interrupção de serviços essenciais. No entanto, o acordo adiou o problema por mais 45 dias, e se não houver acordo entre as partes, especialmente os republicanos mais conservadores, pode haver novamente o temor de uma paralisação do governo americano.
No Brasil, também tivemos boas notícias na sexta-feira, com a taxa de desemprego caindo para 7,8%, a menor desde 2013, e a massa salarial atingindo níveis recordes. Isso contribui para um crescimento econômico previsto em torno de 3% para este ano. Além disso, houve indicadores positivos mostrando uma maior força na economia chinesa. No entanto, devido ao feriado na China esta semana, as notícias podem ficar mais escassas. Hoje, também tivemos dados do PMI da Europa, que ficaram um pouco mais fracos do que o esperado, indicando uma atividade econômica ainda preocupante na região. Ao longo do dia, teremos o ISM e o PMI dos Estados Unidos, que certamente serão acompanhados de perto pelo mercado. O presidente do Banco Central, Campos Neto, também fará um discurso hoje, e outros diretores do Fed têm falado bastante nos últimos dias. O destaque desta semana será o relatório de empregos dos Estados Unidos na sexta-feira, que provavelmente terá um impacto significativo nos movimentos do mercado. A situação atual, com a inflação mais benigna e o acordo político alcançado, pode trazer algum alívio aos ativos de risco ao longo da semana, mas os números do relatório de empregos serão cruciais.