O IGPM apresentou uma queda de 1,29% na primeira prévia de julho, apontando para mais um mês de deflação. No acumulado de 12 meses, o índice registrou uma queda de mais de 6%, representando a maior deflação no Brasil desde os anos 1950. Já o IPCA teve uma deflação de 0,08% em junho, em linha com as expectativas. Em maio, o índice havia subido 0,23%. No acumulado do ano, o IPCA registra alta de 2,87%, enquanto em 12 meses está em 3,16%, dentro da meta de inflação. Os serviços tiveram uma alta de 0,62%, ainda sob pressão, enquanto os bens industriais caíram 0,58%. Os automóveis apresentaram uma queda significativa de 2,76%, influenciados pelo programa de estímulo do governo aos carros populares, o que contribuiu para a redução dos preços dos veículos. Os combustíveis também tiveram uma queda de 1,85%, devido aos cortes nos preços do diesel, gasolina e etanol. Outro destaque positivo foi a difusão de preços no IPCA, que caiu de 55,9% para 49,6%, o menor índice registrado nos últimos meses. Os núcleos de inflação também apresentaram desaceleração, o que é uma boa notícia. Para a próxima reunião do Copom, marcada para o dia 2 de agosto, o mercado está dividido entre um corte de 0,25% ou 0,50% para a taxa SELIC. Hoje o cenário mais provável é um corte inicial 0,25% seguido por cortes mais expressivos de 0,50% que resultariam em uma taxa de 12% ao final do ano.
No cenário internacional, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos ficou abaixo do esperado em junho, registrando 3% de alta na comparação anual, a menor inflação desde 2021. Isso aumenta a possibilidade de apenas mais um aumento de 0,25% na taxa de juros básica dos EUA em 25 de julho, estabilizando a taxa em 5,5% e encerrando o ciclo de aumentos. Ainda há divergências sobre um possível aumento adicional em setembro, mas esses dados indicam que o ciclo pode realmente terminar em 5,5%. O CPI Core, que exclui as maiores altas e quedas, também ficou abaixo do esperado, registrando 4,8% de alta em comparação com a expectativa de 5%. O índice de preços ao produtor (PPI) de Junho nos EUA também veio abaixo das expectativas, com um aumento de apenas 0,1% em comparação com a expectativa de 0,2%. O PPI Core, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, também ficou abaixo das expectativas. Esses resultados indicam uma inflação moderada nos Estados Unidos e são boas notícias que devem impulsionar o mercado de ações e ajudam a confirmar a perspectiva de término do ciclo de aumentos de juros.
Na China houve deflação nos preços de atacado de 5,4% em junho. Esse resultado começa a levantar preocupações sobre uma possível desaceleração econômica e deflação generalizada. A China também divulgou dados negativos sobre sua balança comercial, com uma queda de 12% nas exportações em junho (abaixo do esperado) e uma queda de 6,8% nas importações, enquanto a expectativa era de 4%. Isso também indica uma atividade econômica mais fraca. Apesar dos temores em relação a atividade econômica nos EUA e China, as notícias em relação aos indicadores de inflação no Brasil e no mundo são hoje bem melhores. Esses dados positivos devem beneficiar os ativos financeiros, levando a uma apreciação das moedas emergentes, queda nos juros e alta nas bolsas.
Ponto chave:
1)IGPM registra queda de 1,29% na primeira prévia de julho, apontando para mais um mês de deflação.
2)IPCA tem deflação de 0,08% em junho, em linha com as expectativas. No acumulado do ano, o IPCA registra alta de 2,87%.
3)Serviços têm alta de 0,62%, enquanto bens industriais caem 0,58%. Automóveis apresentam queda de 2,76% devido ao programa de estímulo do governo.
4)Combustíveis registram queda de 1,85% devido aos cortes nos preços. Difusão de preços no IPCA cai para 49,6%, o menor índice registrado nos últimos meses.
5)Nos EUA, inflação fica abaixo do esperado em junho, com aumento de 3% no CPI. Resultados indicam uma inflação moderada e impulsionam o mercado de ações.