Vamos comparar o Brasil com Alemanha ou Coreia do Sul (ver gráfico abaixo), no outro extremo, para efeitos didáticos. O motor da produção desses países dos últimos anos se concentrou em carros, eletrônicos, química e maquinaria sofisticada para o resto do mundo. Com empresas e balanço de pagamentos fortemente superavitários. É claro que os alemães e coreanos vão ao shopping e restaurantes nos finais de semana, mas não é isso que move a economia alemã nem a coreana; e nem a chinesa, que aliás tenta “emular” o Brasil para consumir mais e não consegue. No momento o ajuste no Brasil desse modelo de economia do shopping center está em curso. A forte desvalorizacao cambial e a contração de crédito impedem uma retomada do modelo antigo de compras de produtos importados com dívidas em shoppings e empurra o país para uma nova forma de geração de PIB, provavelmente muito mais dependente de produção de manufaturas e commodities processadas para o mercado doméstico e para exportação. Com câmbio mais desvalorizado e restrição de crédito a economia brasileira voltará a recuperar aos poucos seus níveis de renda e de complexidade.
ver A preocupante regressão tecnológica da economia brasileira, Mapa de produtividade de uma economia, Exaustão do ciclo CCC no Brasil, armadilha da renda media no Brasil
Olá Paulo! “Com câmbio mais desvalorizado e restrição de crédito a economia brasileira voltará a recuperar aos poucos seus níveis de renda e de complexidade”.
Isso ainda vale?
O Brasil ainda pode voltar ao rumo da indústria, dado que o nível de complexidade econômica do Brasil ainda é relevante? Poderíamos nos aproveitar desse momento que aponta para uma mudança estrutural das cadeias globais de produção?
Poderiam Brasil e México se beneficiar desse momento, dado o câmbio competitivo, juros e inflação baixos e uma capacidade educacional não tão ruim (principalmente no sul e sudeste, no caso do Brasil)?