Mais um dia positivo para o IBOVESPA, que conseguiu se recuperar um pouco subindo quase dois por cento ontem; fechou a sessão em 114.117 pontos. Isso aconteceu em parte devido ao IPCA-15, que trouxe boas notícias para o Brasil: a inflação se manteve bem-comportada, registrando 0,21% em outubro, ligeiramente abaixo da medida de setembro, com quedas nos núcleos. Provavelmente encerraremos o ano de 2023 com a inflação em 4,6%, abaixo do teto da meta, o que deve permitir mais dois cortes de meio na taxa Selic na reunião da próxima semana e em dezembro, fechando o ano em 11,75%. O IPCA-15 bem-comportado beneficiou a curva de juros e fortaleceu o real, que chegou a R$4,99. Apesar do forte crescimento do PIB nos Estados Unidos, que surpreendeu positivamente com um aumento de 4,9% acima do esperado, as bolsas de valores caíram mais de 1%. Há preocupações em relação à atividade econômica forte nos EUA que pode levar a um aperto monetário no futuro. Na reunião do Fed da próxima semana já está praticamente certa que não haverá aumento da taxa de juros, mas para dezembro e o próximo ano essa questão ainda está em aberto. Os dados do terceiro trimestre mostraram boas notícias em termos de atividade econômica com a China crescendo mais de 4% e os Estados Unidos crescendo quase 5%. Isso indica que o mundo está longe de uma recessão e crise econômica. Hoje de manhã também foi divulgado o PCE, um indicador de inflação que o Fed monitora de perto. O deflator implícito do PIB ficou um pouco acima, em 0,4%, em comparação com a expectativa de 0,3%, o que pode ser motivo de preocupação. No entanto, o núcleo da inflação ficou em linha com o esperado, em 0,3%. A inflação medida pelo PCE está correndo a 3,7% ao ano, que é o mesmo índice do CPI, que está bem longe do centro da meta de 2%, mostrando que a batalha contra a inflação nos Estados Unidos está longe de ser vencida. A perspectiva mais provável é de que o Fed mantenha a taxa de juros nesse nível por um bom tempo, pelo menos até a metade do próximo ano, dependendo dos dados econômicos dos próximos meses. Espera-se uma desaceleração da atividade nos Estados Unidos no início do próximo ano, com sinais de desaceleração no mercado imobiliário. Os indicadores de confiança no Brasil também estão mostrando queda, tanto na indústria quanto no consumo e na construção. Isso mostra que a economia brasileira está desacelerando, e é possível que tenhamos uma leve contração do PIB no terceiro e quarto trimestres. Os indicadores de atividade no Brasil, como varejo, serviços e IBC-BR, também estão mais fracos.
déficit público nos EUA: