Ontem foi um dia positivo para os ativos financeiros, especialmente para a bolsa brasileira, que registrou uma recuperação de mais de 1%. O índice subiu acima de 116 pontos e chegou a tocar 117 durante o pregão antes de recuar um pouco. Além disso, o Real teve um desempenho favorável, valorizando-se significativamente. A moeda foi a R$4,93 em relação ao dólar. Os juros futuros também encerraram o dia em queda. Observou-se uma fraqueza do dólar em escala global, o que beneficiou os ativos emergentes, incluindo os brasileiros. Também foi um bom dia para as ações tech, com destaque para a expectativa de lançamento do novo iPhone esta semana. Vale a pena destacar o movimento do Banco Central Japonês, com o novo presidente Kazuo Ueda indicando uma possível normalização da política monetária no Japão. Os juros de longo prazo estão subindo gradualmente no país, saindo da política de controle de teto de taxa de juros longos, na qual o BC japonês comprava a maioria dos títulos longos, achatando as taxas. Isso tem atraído capital para o Japão e resultou em uma desvalorização do dólar, um movimento que também afeta outras moedas, como observado ontem. Hoje de manhã, o destaque foi a divulgação do IPCA de agosto, que ficou em 0,23%, abaixo da expectativa de 0,28%. Isso é uma boa notícia, pois está próximo do limite inferior das expectativas. No entanto, a análise detalhada mostra que a difusão, que mede a amplitude das altas nos preços, subiu de 46% para 53%, indicando mais itens com aumento de preços. A média dos núcleos de inflação também acelerou de 0,18% para 0,28%. Esses núcleos excluem as maiores altas e quedas de preços. Em relação aos setores, houve boas notícias para os serviços, que tiveram uma queda nos preços, por outro lado houve aumento nos preços dos combustíveis, principalmente da gasolina. Os principais responsáveis pelo aumento do IPCA foram os carros novos devido ao fim do programa de incentivo do governo, os combustíveis devido aos aumentos da Petrobras e a energia elétrica, que também teve um leve aumento. No geral, o IPCA ainda não muda a trajetória de redução da taxa Selic, que deve continuar caindo meio ponto percentual a cada reunião até o final do ano, chegando a 11,75%. A grande incógnita é o que acontecerá no próximo ano. É importante notar que o mercado projeta um IPCA mais próximo de 5% para este ano, o que significa que ainda teremos uma inflação consideravelmente acima da meta de 3,25%. No próximo ano, a meta é de 3%, mas o IPCA no relatório Focus já está em 3,6%, o que indica que o Banco Central terá desafios pela frente. A agenda para os próximos dias inclui indicadores de inflação e atividade econômica nos Estados Unidos e no Brasil, com destaque para os preços ao atacado e ao consumidor, além de pesquisas mensais de serviços e dados de varejo.
