A repercussão das decisões dos Bancos Centrais na semana passada gerou um clima de cautela e preocupação nos mercados financeiros. Isso se deve principalmente à alta nos preços do petróleo e ao aumento da inflação, que foram temas recorrentes nas mensagens duras transmitidas pelos BCs. O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos emitiu um alerta, indicando a possibilidade de aumentar ainda mais as taxas de juros, sinalizando que a batalha contra a inflação ainda não foi vencida. Da mesma forma, o Banco Central do Brasil (COPOM) adotou uma postura cautelosa. Uma das consequências dessas ações foi o aumento nos juros de longo prazo. Os títulos de dez anos, por exemplo, atingiram o nível mais alto desde 2007, chegando a 4,50%. Esse movimento causou considerável estresse nos mercados financeiros, com as bolsas americanas caindo mais de 2,5% em uma semana. No Brasil, a situação também foi desafiadora, com o dólar subindo para R$ 4,93 e os juros longos em alta. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou uma queda de 2% na semana, retornando aos 116.000 pontos. Apesar de uma pequena recuperação na sexta-feira. Um dos principais temores no momento é a escalada da inflação e dos preços de energia. Na China, há notícias de quedas na produção e no consumo de aço, enquanto a Evergrande, uma grande incorporadora chinesa, enfrenta problemas com pagamentos a credores, aumentando as preocupações com a atividade econômica no país. O cenário de juros mais altos por mais tempo tem prejudicado os ativos financeiros, não apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na Europa. O relatório Focus de hoje projeta uma expectativa de inflação significativamente acima da meta para este e o próximo ano. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o mercado melhorou um pouco suas expectativas, projetando um crescimento de 2,92%. No entanto, a divulgação dos dados do terceiro trimestre e o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central devem trazer mais insights sobre a economia brasileira. A agenda da semana inclui o IPCA-15, a ata do COPOM, o PIB dos EUA e o PCE, um indicador importante de inflação nos EUA. Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, deve fazer um discurso importante, que será observado atentamente pelos mercados.
