Pleno emprego no Brasil em 2012?

O número de trabalhadores com vínculo formal na economia aumentou em mais de 10% na era Lula Dilma e as contribuições para a previdência tem aumentaram muito. O mercado de trabalho brasileiro ficou muito aquecido e os setores ligados a produção de bens de consumo para a população de baixa e média renda se beneficiaram bastante. O crescimento foi puxado pelo motor interno. Essas transformações em nosso mercado de trabalho foram, na verdade, fruto de um processo estrutural mais profundo e importante. Colhemos os benefícios da transição demográfica feita nos 70 e início dos anos 80. Em 2005 o número absoluto de jovens brasileiros (entre 15 e 24 anos) caiu de 35 milhões para 33,9 milhões em 2009. Essa redução de oferta de trabalho relativa fez com que os salários reais passem a aumentar de forma consistente. No jargão dos economistas, estávamos próximos do ponto de inflexão do modelo de Lewis, situação na qual os salários reais sobem, pois a mão de obra excedente começa a desaparecer. A ascensão da classe C no periodo que foi a 50% da população, está intimamente ligada a esse processo. O crescimento dos shoppings centers, a construção civil para a baixa renda, a explosão de venda de eletrodomésticos são todos exemplos desse fenômeno que foi interrompido com a crise de 2015.

empregos

6 thoughts on “Pleno emprego no Brasil em 2012?”

  1. Não contava com os resultados catastróficos da nova matrix do 1° governo Dilma quando escreveu esse artigo não é não ? rs

    Parece que estimular consumo(ainda pior sem acompanhamento do aumento da produção!), forçar subida de salários, sem a contra partida do aumento de produtividade (leia-se lucro) resulta numa forma fatal para acabar com a economia de um país (leia-se piora dos fundamentos). (fórmula essa conhecida pelos economistas há muitos anos,)

    a solução agora é resgatar a produtividade reduzindo salários, e tentar frear o crescimento do rombo deixado pelo governo anterior aumentando impostos, para quem sabe conseguir comecar a reduzir a dívida.

    vamos torcer pelo ajuste fiscal para ele salvar o país, pois a renda “conquistada” pelo brasileiro já foi pro vinagre com a inflação e a alta dos juros.

    1. Pois é, infelizmente estamos sofrendo de um problema que alguns economistas têm chamado de “armadilha da renda média”. Atingimos o “ponto de Lewis” mas nossa estrutura produtiva está regredindo graças a desindustrialização. Ou seja, esgotamos nosso estoque de mão de obra disponível sem termos conseguido entrar numa dinâmica virtuosa de indústria e produtividade a lá Ásia. Geramos vagas em setores de baixo dinamismo e baixa produtividade. Tenho escrito bastante sobre isso no BLOG e na imprensa usando o Atlas da Complexidade Econômica para ilustrar meu ponto de vista!

      1. ao meu ver, a culpa em grande parte é das nossas leis, que são muito obsoletas e mal feitas, e a capacidade do executivo de “impor” leis já se mostrou uma arma que só fere a nós mesmos. Apesar da corrupção ser um cancer para a economia, ela está presente em todos os lugares do mundo moderno, e nem por isso os outros países deixam de crescer e produzir bem estar social, mas a insegurança que o empresariado tem em investir nesse país é uma das principais entraves ao crescimento/desenvolvimento ao meu ver. Se investe aqui para obter retornos em 4 anos ou menos, já que no próximo governo tudo pode mudar, inclusive as condições de viabilidade dos negócios, e por isso o prêmio pelo risco aqui é muito elevado. Isso gera uma cadeia que se auto alimenta e corrói nosso desenvolvimento (como atração de capital especulativo, elevados preços, baixo investimento, em qualificação mão de obra e maquinário, etc…) Quando se visita indústrias na américa latina em países que estão muito mais atrasados do que o brasil, se percebe que o nível de investimento em mão de obra e tecnologia está mais avançado que o nosso (por exemplo: no chile dificilmente se vê um trabalhado utilizando ferramentas manuais de baixo desempenho) pois fora do Brasil tudo é acessível às empresas e pessoas. pequenas construtoras fora de nosso país usam ferramentas manuais de qualidade e desempenho muito superiores às utilizadas pelas grandes construtoras do nosso país, como odebrech, oas, camargo etc…
        quando se sai um pouco para fora se percebe realmente a profundidade do buraco que o nosso país está enterrado

  2. acredito que uma dos motivos que leva à desindustrializacao é justamente o medo de investir devido ao risco jurídico de nosso país. ter mão de obra mais cara não é desculpa para perda de competitividade. veja o custo da mao de obra de paises como eua, alemanha, coreia, etc… uma das coisas que poderia nos tirar desse caminho é justamente P&D, mas quantas empresas realmente gastam pesado nisso que são brasileiras ? as grandes sao extrangeiras q fazem seu P&D lá fora, ou seja, importamos tudo que é produtivo. tudo isso ocorre, em grande parte ao meu ver, devido a essa insegurança legislativa que nosso país proporciona às empresas.

Deixe uma resposta