Para os clássicos do desenvolvimento econômico a revolução industrial era o caminho para o crescimento econômico. A estrutura produtiva e as diferentes características de cada atividade econômica eram a chave para se entender a pobreza e riqueza das nações. Não havia macroeconomia no pensamento deles, ou pelo menos muito pouco. As variáveis macroeconômicas não poderiam afetar a trajetória da estrutura produtiva, especialmente o câmbio. Tratava-se de um estudo das estruturas produtivas sem Macro.
Ja Keynes em sua monumental contribuição para a construção da macroeconomia acabou deixando de lado as questões estruturais e de Macro aberta na teoria geral. Claro que Keynes sabia muito bem do problema da integração assimétrica das economias no sistema econômica mundial (peso da dívida nos países com deficit em conta corrente). Keynes foi até mesmo um dos precursores das discussões de paridade cambio juros no estudo das relações entre moedas e taxas de câmbio. Keynes também tinha consciência dos efeitos deletérios da apreciação cambial na estrutura produtiva dos países, basta ler seu belo texto “the economic consequences of mr Churchill”.
Mas fato é que Keynes nunca discutiu formalmente os impactos da Macro que ele mesmo inventou nas estruturas produtivas. Keynes não avançou por aí, algo que o novo desenvolvimentismo faz de forma “constitutiva e por definição”. Então podemos entender o novo desenvolvimentismo (ou a Macro estruturalista) como um paradigma que inova ao integrar os paradigmas do “Development Economics” e o paradigma “Keynesiano/pos keynesiano”. O papel do cambio no desenvolvimento, a doença holandesa, a tendência a apreciação da taxa de câmbio, a substituição da poupança externa pela interna, a ideia de neutralização da Doença holandesa, o problema da desindustrialização, são todas peças desse novo paradigma inovador, que avança muito em relação a Keynes e aos clássicos do desenvolvimento econômico.