Seguindo a idéia de classificação de complexidade dos produtos que resulta no indicador “product complexity index” PCI e’ possível analisar a pauta de exportação de um pais segundo a complexidade dos bens exportados ECI. Se um pais A exporta para muitos países num mercado de baixa complexidade medido por PCI baixo (digamos alpiste), suas capacidades produtivas são provavelmente piores do que a de um pais B que tem poucas arestas mas num mercado muito complexo medido por PCI alto (digamos instrumentos óticos). A título de exemplo e visualização, os mapa abaixo e acima mostram as exportações de Suíça (top 1 do ranking de complexidade) e de Mauritânia (bottom do ranking) em termos de produtos SITC produzidos e exportados. Links azuis representam produtos complexos com PCI acima de 0 e arestas vermelhas representam produtos não complexos com PCI abaixo de 0. O tamanho dos nós dos produtos representam a participação de cada produto nas exportações do daquele país, já a intensidade da cor dos nós indicam o número de conexões que aquele país tem no comercio mundial do produto.
Tendo trabalhado toda a minha vida na área de máquinas e equipamentos, posso testemunhar isto: as regiões do Sul da Alemanha, Suíça, Áustria e Norte da Itália são extremamente complexas no quesito de pulverização de pequenas empresas com alto teor tecnológico, tanto na microeletrônica como na mecânica de precisão. Empresas familiares lidando com tecnologias sofisticadas, resultando em uma rica cadeia de suprimentos para empresas de todos os portes, desaguando em grandes exportadores como a indústria relojoeira suíça, a indústria automotiva alemã e a italiana, máquinas e equipamentos de usinagem dos três países citados, e por aí vai. No Brasil tivemos um período áureo no setor de máquinas e equipamentos, acompanhando a instalação da indústria automotiva no Brasil (décadas de 70 e 80, principalmente), setor que foi posteriormente sufocado pela onda de importações e pelo famigerado Custo Brasil. Ficou muito mais fácil comprar o produto importado que o nacional, e os poucos sobreviventes neste setor passaram a montar aqui máquinas semi-prontas trazidas de fora, especialmente da China.
exato! Couldn’t agree more!
Será que é o alto custo da corte que suga a energia da malha não complexa e impede o aparecimento da malha complexa?
Assunto que estudo muito, no entanto não vejo saída para o BRASIL, pois a sociedade precisa querer muito apontando para mudanças profundas nas instituições. Será que teremos uma Margaret Thatcher no futuro para fazer algumas mudanças nesse continente chamado Brasil. Obrigado Paulo Gala, pelas publicações, confesso que gosto muito do tema, foi a materia que mais estudei na minha graduação e continuo lendo sobre o tema.