Ontem a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) registrou um aumento de 1,1%, alcançando a marca de 118 mil pontos, com um volume de negociações de 20 bilhões de reais. Esse movimento acompanhou a tendência das bolsas internacionais, especialmente as americanas, que tiveram uma alta de mais de 1%. A notícia positiva foi o relatório relacionado ao mercado de trabalho dos Estados Unidos que apresentou uma leve fraqueza, com a abertura de oito milhões e oitocentas mil vagas, ficando abaixo das expectativas que eram de mais de nove milhões. A fraqueza no mercado de trabalho sugere que o Federal Reserve (Fed) provavelmente não aumentará as taxas de juros de forma agressiva, o que, por sua vez, leva os investidores a reagirem positivamente. No momento, a probabilidade de um aumento nas taxas na próxima reunião do Fed em setembro é praticamente nula, havendo talvez uma pequena chance de aumento nas taxas na reunião de novembro. No cenário internacional, o rendimento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos de dez anos caiu de 4,30% para 4,10%, uma queda considerável. Além disso, as notícias provenientes da China também influenciaram o mercado, com o preço do minério de ferro se recuperando e o petróleo também registrando uma leve alta. Nesta manhã, foi divulgado o relatório do ADP, que apresentou uma criação de empregos nos EUA menor do que o esperado, com 177 mil vagas em comparação com a expectativa de 200 mil. Vale ressaltar que o relatório ADP é considerado uma prévia do relatório de folhas de pagamento não-agrícolas (Payroll) que será divulgado na sexta-feira. Embora nem sempre haja uma correlação direta entre os dois, os investidores ainda consideram o ADP como um indicador relevante. No contexto brasileiro o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) revelou a criação de cento e quarenta e duas mil vagas em julho, superando as expectativas que eram de cento e trinta e sete mil. Isso sinaliza a resiliência do mercado de trabalho brasileiro mesmo em meio à desaceleração econômica e às mudanças nas taxas de juros. Essa estabilidade é positiva para o crescimento econômico e para a redução da taxa de desemprego, que está em torno de 8%. Quanto à inflação, houve mais uma deflação de preços, com o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) registrando uma queda de 0,14% em agosto e uma deflação de 7,20% nos últimos doze meses. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) caiu 0,17%, e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) teve uma queda de 0,19%. Esses dados refletem a tendência deflacionária no Brasil, que tem contribuído para o ciclo de redução das taxas de juros. No cenário internacional, a Alemanha apresentou um Índice de Preços ao Consumidor (CPI) acima do esperado, com uma alta de 6,1%, enquanto a expectativa era de 6,3%. Isso gera preocupações sobre a inflação na Europa.
