Na sexta-feira, foram divulgados dados que indicaram a criação de apenas 150 mil vagas em outubro, abaixo das expectativas e bem abaixo do número registrado em setembro, que foi quase 300 mil vagas. A taxa de desemprego subiu para 3.9%. Além disso, houve dados do ISM mostrando uma atividade ligeiramente mais fraca nos Estados Unidos na sexta-feira. Esses números levaram o mercado a acreditar que o ciclo de aumento de juros chegou ao fim, e aumentaram a probabilidade de cortes já a partir de maio na economia americana. Após a reunião do Federal Reserve (FED) da última quarta-feira, os mercados já estavam um pouco mais aliviados, embora o presidente do FED não tenha declarado explicitamente o fim do ciclo de alta, ele deu algumas indicações de que a diretoria do FED estava disposta a esperar para avaliar os efeitos dos juros mais altos. A divulgação na sexta-feira do relatório de emprego (Payroll) causou uma forte queda nas taxas de juros de longo prazo. A taxa de juros dos títulos de dez anos chegou a 4.50%, após ter atingido 5%, o que ajudou a impulsionar a alta nas bolsas americanas. Desde a quarta-feira, as bolsas já estavam em alta, e na quinta e sexta-feira, houve um acréscimo de quase 2% no mercado acionário. No Brasil, a Bovespa também teve um forte aumento na sexta-feira, registrando uma alta de 2.7% e atingindo 118 mil pontos. Além disso, o real sofreu uma valorização significativa, com o dólar chegando a R$4.89. As taxas de juros de longo prazo também cederam, com as taxas de janeiro de 2031 e janeiro de 2033 indo para 11.50%, o que representa uma reversão considerável do cenário que tínhamos no início da semana passada, com receios de pressão inflacionária nos Estados Unidos. A probabilidade de aumentos das taxas de juros já foi zerada na curva americana, e o mercado está começando a se posicionar para possíveis cortes no próximo ano. Na quarta e na quinta-feira, também teremos discursos do presidente do FED sobre a atual situação do mercado de trabalho. Além disso, teremos dados de inflação na China, tanto o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) quanto o Índice de Preços ao Produtor (PPI) na quarta-feira, que trarão informações atualizadas sobre a inflação na China. No mundo todo, especialmente na Europa e no Brasil, teremos uma prévia do que está acontecendo com a atividade econômica na transição de outubro para novembro com indicadores PMI. O relatório FOCUS do BC divulgado hoje não trouxe grandes novidades, com a inflação esperado para 2023 mantida em 4.63% para o IPCA deste ano e 3.90% para o próximo ano. O crescimento esperado é de 2.89% para este ano e 1.50% para o próximo.
