Hoje é segunda-feira e feriado nos Estados Unidos, então os mercados devem apresentar menor atividade e liquidez.Na semana passada, o Ibovespa registrou a oitava semana consecutiva de alta, o que é bastante significativo. Mesmo com a queda na sexta-feira de 0,3%, a bolsa brasileira teve um ganho de mais de um por cento ao longo da semana. Esse desempenho confirma o cenário de valorização dos ativos brasileiros. É importante mencionar que há algumas preocupações em relação ao arcabouço fiscal, que pode enfrentar obstáculos na câmara e no senado. Isso pode resultar em atrasos na aprovação de medidas importantes. Quanto ao dólar, na sexta-feira houve uma valorização no resto do mundo e o real foi a 4,81. No entanto, no mês, a moeda ainda registra uma queda de 5% em relação ao real. Além disso, a bolsa brasileira já teve um aumento 10% ao longo do mês de junho. No que diz respeito aos juros, observamos uma queda significativa nas taxas mais longas, que estão em torno de 11%, enquanto as taxas mais curtas estão abaixo desse patamar, por volta de 10,5%. Tivemos hoje também a divulgação do IPCS da FGV, que mostrou uma deflação de 0,17%, o que é favorável para o cenário de inflação no Brasil.

Na semana passada, também tivemos o anúncio do FED, que decidiu fazer uma pausa nos aumentos de juros, mas sinalizou a possibilidade de mais duas altas ao longo do ano. Isso gerou certa volatilidade nos mercados internacionais. Nesta semana, teremos a reunião do COPOM aqui no Brasil, que será uma informação importante a ser acompanhada. Não é esperado um corte na taxa de juros, mas é possível que haja alguma sinalização no comunicado que será divulgado após a reunião. Há expectativas de que possa haver mudanças no tom do comunicado do COPOM, e no futuro, pode haver divergências entre os votos dos diretores. No relatório Focus, houve uma novidade relevante, com a projeção da Selic abaixo de 10% em 2024 pela primeira vez. E também houve um corte na Selic esperada no relatório Focus, reduzindo-a de 12,5% para 12,15%. Essa redução é importante e está alinhada com as expectativas de inflação. No relatório Focus, a expectativa de inflação para este ano caiu para 5,12%, enquanto há quatro semanas estava em 6%, ou seja, houve um corte de mais de cem pontos na expectativa de inflação para este ano e para o próximo. Para 2025, a expectativa de inflação está em 3,80%, e a Selic em 9%. Portanto, teríamos dois anos consecutivos com a Selic abaixo de 10% no final de 2024 e 2025. Essa é uma novidade importante, pois mostra que a expectativa de inflação está melhorando, algo que o Campos Neto vinha mencionando que estava demorando para acontecer. Agora, finalmente, temos essa melhora na expectativa de inflação, o que auxilia bastante o trabalho do Banco Central. A queda nos juros futuros acompanha essa expectativa de inflação e o mercado começa a construir um cenário de maior crescimento para o Brasil neste ano, com pelo menos 2% de crescimento, podendo chegar a 2% no ano que vem, com a inflação convergindo para a meta. Todos esses elementos sustentam o rali de ativos que estamos observando, com a bolsa brasileira próxima das máximas, uma valorização de dez por cento no mês, a moeda brasileira se valorizando em cinco por cento e os juros futuros em queda significativa. Portanto, temos um cenário bastante positivo para o Brasil nos próximos meses.