A microeconomia da produtividade: economias de escala, grandes empresas e grandes países

*fonte do grafico: https://www.nber.org/papers/w24968

Economias de escala ocorrem num processo produtivo quando mais unidades de um bem ou de um serviço podem ser produzidas com custo marginal menor a medida em que o volume de produção aumenta. Isso significa dizer que, à medida que uma empresa cresce e a produção aumenta, a empresa terá uma melhor chance de diminuir seus custos de produção. Só que as atividades econômicas não são iguais do ponto de vista de potencial de geração de economias de escala. As atividades muito capital intensivas, especialmente da indústria, tem mais capacidade de produzir economias de escala. Isso resulta em maior produtividade do trabalho empregado nessas atividades. O gráfico abaixo mostra essas diferentes produtividades para a economia brasileira em 2010:

William Baumol dá uma explicação muito elegante para a diferença de produtividade existentes entre bens e serviços: quando o trabalho é uma atividade fim (educação, saúde e lazer, que são “tecnologicamente NÃO progressivas”) a mecanização e alcance de economias de escala é muito mais difícil, senão impossível; ao contrário das atividades em que o trabalho é uma atividade meio, por exemplo manufaturas que são “tecnologicamente progressivas” . Nesse último caso as economias de escala e escopo estão mais presentes, por isso os ganhos de produtividade são muito mais elevados. Algo parecido pode ocorrer com os serviços sofisticados: marketing, design, IT, finanças, advocacia, etc. Para Baumol o aumento de produtividade ocorre principalmente no setor de bens. Os serviços não conseguem aumentar produtividade de forma relevante: músicos, educação, garçons, cabeleireiros. São iguais em todos os lugares paper aqui

Adam Smith identificou a divisão do trabalho e a especialização produtiva como os dois principais meios para alcançar um maior ganho de produtividade na produção. A partir da divisão do trabalho os trabalhadores poderiam se concentrar em uma tarefa específica e, com o tempo, melhorar as habilidades necessárias para realizar seus trabalhos. As tarefas poderão, assim, ser realizadas de forma melhor e mais rápida. Alfred Marshall fez uma distinção entre economias de escala interna e externa. Quando uma empresa reduz custos e aumenta a produção, economias internas de escala foram alcançadas. Economias externas de escala ocorrem fora de uma empresa, dentro de um setor industrial. Assim, quando o escopo e escala de operações de um setor se expande, as economias de escala externas são alcançadas.

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Fonte dos dados e tabela:
Livro do ipea sobre produtividade no Brasil vol Ivol IIótima base de dados aqui

Ótimo texto aqui a respeito: http://www.scielo.br/pdf/prod/v7n2/v7n2a01

Discussão detalhada aqui: http://epge.fgv.br/we/Graduacao/FundamentosMicroeconomiaII/2012?action=AttachFile&do=get&target=FundMicro-2.pdf

8 thoughts on “A microeconomia da produtividade: economias de escala, grandes empresas e grandes países”

  1. Porém, devemos tomar cuidado para não usar economias de escala em exagero, pois pode quebrar a empresa.

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