A mineração não emprega ninguém

ferro

Em 2014 o Brasil representou 24% de um mercado de 140 bilhões de dólares de minério de ferro. Em termos de participação no PIB brasileiro o minério de ferro chega próximo a 1,5%. Se dobrássemos nossa participação nesse mercado, grosso modo, ganharíamos mais 1,5% percentuais de PIB. Ou seja o tamanho do mercado mundial limita nossa capacidade de expansão. Ferro é um dos produtos mais relevantes da pauta exportadora brasileira (segundo gráfico abaixo). Além de já termos ocupado de forma importante esse mercado, trata-se de um produto que emprega muito pouco em seus processos produtivos e traz poucos potenciais de inovações tecnológicas e spill overs de conhecimento: e’ um produto do tipo “beco sem saída”. As atividades de mineração são muito capital-intensivas, de altíssima produtividade e não empregam ninguém. Basicamente: tratores, escavadeiras e esteiras. O primeiro mapa abaixo mostra a porcentagem de empregos de mineração no mundo em 2011 para países da amostra WIOD (http://www.wiod.org/new_site/home.htm). A Austrália, o pais mais “minerador” do mundo, tem aproximadamente 2% dos seus empregos totais nessa atividade.

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https://www.paulogala.com.br/a-maioria-dos-paises-produtores-de-commodities/

3 thoughts on “A mineração não emprega ninguém”

  1. Mas Prof Paulo, a mineração não poderia servir para gerar algum encadeamento, fornecendo insumos de maneira mais econômica para empresas nacionais?
    Obrigado!

  2. Graças à Lei Kandir, não paga quase nada de tributos. Em Minas Gerais, um dos dois maiores estados mineradores do Brasil, os tributos sobre a mineração representam 3% da arrecadação. Destrói tudo: montanhas, bichos, mato, gente e a própria economia, com a “doença holandesa”.

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