Na crise ninguém quer gastar: Keynes explica porque a lei de Say não funciona!

Na Teoria Geral do Juro do Emprego e da Moeda J.M.Keynes revolucionou o pensamento econômico ao mostrar que se ninguém gasta a economia para. Não existe mecanismo de mercado que faça com que as pessoas gastem o que ganham sempre e de maneira automática! Por isso a lei de Say (toda oferta cria sua demanda) não funciona nem no curto nem no longo prazo. Enquanto a pessoa fica pensando se vai gastar hoje, ou amanhã ou depois de amanhã o PIB já vai afundando! As decisões de produção são diárias e vão se desdobrando no “tempo histórico”. O que impede os consumidores e empresários de gastarem é a incerteza sobre o futuro: em relação a emprego e renda e retornos de investimentos. Simples assim. A partir dessa constatação Keynes seguiu analisando como um “ente externo ao sistema” (governo?) poderia tentar evitar crises de “insuficiência de gasto”. Tratou do que seria possível fazer com política monetária (juros baixíssimos) e política fiscal (governo puxando gasto com investimento público em certas situações). Alguma garantia de que isso funciona? Nenhuma! Se as pessoas insistirem em não gastar a economia continua parada. Alguém tem algum ideia melhor? Essa a situação hoje do Japão e Europa, com risco de se alastrar para EUA e Brasil!

P.Krugman lê J.M.Keynes: por que as crises não acabam sozinhas?

John Maynard Keynes

6 thoughts on “Na crise ninguém quer gastar: Keynes explica porque a lei de Say não funciona!”

  1. Só não entendi o titulo. Por que a culpa é de Keynes?
    Se a teoria de Keynes for correta, a solução apontada por ele é que, em uma situação de crise (como a descrita), o governo gaste(ainda que com o próprio endividamento) a fim de empregar a massa de desempregados involuntários.
    Ou seja, o gasto do governo eleva o consumo, fazendo com que a produção se amplie, gerando emprego e oferecendo renda aquele que gostaria de consumir(gastar), mas não pode por falta de renda, reativando a economia.
    Esse efeito será mais imediato se o governo gera os empregos diretamente (frentes de trabalho – dado que a produção pode ter estoques). Para que funcione a economia não pode estar em pleno emprego.
    O governo Japonês é um dos maiores exemplos.

    1. É verdade, mas o Japão tem uma taxa de desemprego de aproximadamente 2,5%, o que pode ser considerado como uma boa aproximação do pleno emprego.
      O objetivo de Keynes era manter a sociedade em pleno emprego.

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